domingo, 29 de julho de 2012

TEORIAS DEMOGRÁFICAS

A Demografia é a ciência que estuda as características das populações humanas e exprime-se geralmente através de valores estatísticos. As características da população estudadas pela demografia são inúmeras e incluem o número de pessoas, a sua distribuição por sexo e escalões etários, a distribuição espacial, a mobilidade, entre muitas outras.
A demografia é o estudo das populações humanas, que incide sobretudo na avaliação do respetivo volume, composição, distribuição e mudanças. Está relacionada com a geografia humana, ciência que estuda a relação entre as variações geográficas e o volume, composição, movimento e aumento das populações. As informações básicas para os estudos demográficos provêm, sobretudo, dos recenseamentos periódicos da população e de outros censos, levantamentos e registos de migrações. Estes estudos têm como base fundamental para o seu trabalho os dados estatísticos que são recolhidos, à escala de cada país, pelos respetivos serviços de estatística. Os serviços de estatística procedem a contagens regulares e periódicas da população e, através da análise do comportamento dessa mesma população, fazem previsões e extrapolações que permitem a atualização dos dados recolhidos. As operações de contagem da população são os recenseamentos (ou censos), que se realizam geralmente de 10 em 10 anos. Os inquéritos estatísticos elaborados por demógrafos e geógrafos podem fornecer dados valiosos acerca das populações do passado, do presente e do futuro, revestindo-se, pois, de máxima importância. Senão, vejamos: à escala individual, permitem compilar as tabelas de duração de vida que vão servir, por exemplo, de referência às companhias seguradoras para atribuição de seguros aos diversos segurados; a uma escala mais genérica, permitem aos governos a planificação das novas situações nacionais, sociais e outras, suscetíveis de determinarem as mudanças de população; finalmente, à escala global, as estatísticas permitem, entre muitas outras finalidades, aos organismos das Nações Unidas vaticinarem alterações na procura mundial de recursos essenciais. No entanto, a demografia é muitas vezes reduzida à "estatística", no sentido original do termo, ao levantamento quantitativo da dimensão, composição e movimento da população. Ora, os demógrafos que pretendem passar da descrição à explicação (à ciência, portanto) referem que só analisando os princípios e as teorias das ciências sociais como a sociologia e a economia é possível indicar os aspetos demográficos das condutas - sugerindo-se, por vezes, ser preferível falar em sociologia da população.


Teorias Demográficas

Teoria Malthusiana
Malthus afirmava que população cresceria em progressão geométrica (1,2, 4, 8, 16, 32, 64...) enquanto a produção de os alimentos em progressão aritmética (1, 2, 3, 4, 5, 6, 7...).
Para Malthus a pobreza era gerada a partir do crescimento demográfico.
Nos países que se industrializaram, a produção de alimentos aumentou e a população que migrava do campo encontrava na cidade uma situação socioeconômica e sanitária muito melhor. Assim, a mortalidade se reduziu e o índice de crescimento populacional tenderia a seguir um ritmo de progressão geométrica, a produção de alimentos cresceria segundo uma progressão aritmética. Assim, a população tenderia a crescer além dos limites de sua sobrevivência, e disso resultaria a fome e a miséria.
Diante dessa constatação e para evitar uma catástrofe, Malthus propôs uma “restrição moral” aos nascimentos, o que significaria: proibir o casamento entre pessoas muitos jovens; limitar o número de filhos entre as populações mais pobres; elevar o preço das mercadorias e reduzir os salários, a fim de pressionar os mais pobres; elevar o preço das mercadorias e reduzir os salários, a fim de pressionar os mais humildes a ter uma prole numerosa.
Ao lançar suas idéias, Malthus desconsiderou as possibilidades de aumento da produção agrícola como o avanço tecnológico. Aos poucos esta teoria foi caindo em descrédito de desmentida pela própria realidade.

Bases da Teoria de Malthus:
  •     O individuo só deveria casar se para isso não tivesse que diminuir seu padrão de vida
  •    O individuo só deveria ter o número de filhos que pudesse sustentar sem o auxilio do Estado.
  •     Após conceber os filhos sustentáveis deveria praticar abstinência.
  •   Malthus era pastor protestante e defendia o princípio bíblico da não utilização de anticonceptivos.
Thomas Malthus – Séc. XVIII e XIX – Revolução Industrial
Thomas Malthus Economista e demógrafo inglês nascido em 1766 e falecido em 1834. Tornou-se conhecido graças à elaboração de uma teoria segundo a qual o aumento da população devia ser controlado. Esta ideia assentava em duas premissas: por um lado, Malthus advogava que o crescimento da população punha em risco o progresso da Humanidade; por outro, entendia que nunca seria possível produzir elementos em quantidade suficiente para sustentar toda a população. Este pensamento deu origem a uma corrente doutrinária conhecida por malthusianismo. A obra central de Malthus é An Essay on the Principle of Population as it Affects the Future Improvement of Society (1798).
Neomalthusianos
(a partir de 1950. Explosão demográfica - planeamento familiar).
A segunda aceleração do crescimento populacional ocorreu a partir de 1950, particularmente nos países subdesenvolvidos.
Esse período, imediatamente posterior à Segunda Guerra Mundial, foi marcado pelo surgimento de novos países independentes africanos e asiáticos e por grandes conquistas na área da saúde, como a produção de antibióticos e de vacinas contra uma série de doenças. Os remédios se tornaram mais acessíveis e baratos. Esse processo denominado revolução médico sanitária, inclui também a ampliação dos serviços médicos, as campanhas de vacinação, a implantação de postos de saúde publica em zonas urbanas e rurais e a ampliação das condições de higiene social. Estes fatores resultariam num grande crescimento demográfico, que atingiu seu apogeu na década de 1960 e ficou conhecido como explosão demográfica.
Para os Neomalthusianos, uma população numerosa seria um obstáculo ao desenvolvimento e levaria ao esgotamento dos recursos naturais, ao desemprego e à pobreza. Enfim ao caos social. A desordem social poderia levar os países subdesenvolvidos a se alinhar com os países socialistas, que se expandiam naquele momento. Para evitar o risco propunham a adoção de políticas de controle de natalidade, que se popularizavam com a denominação de planeamento familiar.
Neomalthusianista – Adiciona o uso de métodos anticoncepcionais. E o planeamento familiar.

Teoria reformista ou marxista
Sobrevivência do capitalismo exige um excesso relativo de população.
Seguidores do filosofo socialista Karl Marx, os teóricos desse pensamento afirmam que a causa da superpopulação é o modo de produção capitalista e que a sobrevivência do capitalismo, como sistema, exige um excesso relativo da população. Em outras palavras, ao contrario dos neomalthusianos, os reformistas consideram a miséria como a principal causa do acelerado crescimento populacional. Assim defendem a necessidade de reformas sócio-econômicas que permitam a melhoria do padrão de vida da população mais pobre.
Marxistas ou reformistas – A questão está na má distribuição de renda.

A transição demográfica
Em oposição às teorias descritas anteriormente, para as quais o mundo vive um processo de explosão demográfica, tem sido cada vez mais aceita a teoria da transição demográfica. Formulada em 1929, defende que o crescimento populacional tende a se equilibrar no mundo, com a diminuição das taxas de natalidade e mortalidade.
Esse processo se daria em três distintas fases:

  •    Primeira Fase ou Pré-Industrial: Caracterizada pelo equilíbrio demográfico e por baixos índices de crescimento vegetativo, apoiados em elevadas taxas de natalidade e mortalidade. Nascem muitos, mas morrem muitos. A elevada mortalidade era decorrente principalmente das precárias condições higiênico-sanitárias, das epidemias, das guerras, fome, etc.
  •     Segunda Fase ou transicional: Num primeiro momento a redução da mortalidade com o fim das epidemias e os avanços médicos (decorrentes da Revolução Industrial), porém a natalidade ainda sem mantém elevada, ocasionando um grande crescimento populacional; num segundo momento, a natalidade começa a cair, reduzindo-se então o crescimento populacional.
  •      Terceira Fase ou Evoluída: A transição demográfica se completa, com a retomada do equilíbrio demográfico, agora apoiado em baixas taxas de natalidade e mortalidade. Atualmente estão nessa fase os paises desenvolvidos, a maior parte dos quais apresenta taxas de crescimento inferiores a 1% e até negativa. Paises cujo crescimento vegetativo se encontra estagnado.

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