CONTEXTUALIZAÇÃO
No topo da hierarquia social, o rei afirma-se como poder único,
absoluto e sacralizado. A sua autoridade reforça-se, quer pela pena de teóricos
como Bossuet, quer pela determinação e arrojo político de alguns monarcas, como
Luís XIV, paradigma dos reis absolutos.
Em Portugal, o absolutismo encontra a sua expressão máxima e significativa na pessoa de
D. João V. O ouro, que, às toneladas, lhe chega do Brasil, permite ao rei
rodear-se de uma opulência pouco usual no nosso país. Mafra tornou-se o seu
símbolo.
Exceções a esta Europa absolutista e nobiliárquica, a
Holanda e a Inglaterra procuram outras formas de governo e outro equilíbrio
social.
Nas Províncias Unidas, os supremos interesses do Estado
fundem-se, muitas vezes, com os supremos interesses do comércio. A burguesia
impõe-se a uma nobreza restrita que, em vão, tenta controlar o poder.
A pouca distância, a Inglaterra luta tenazmente contra as
ambições absolutistas dos seus monarcas. Depois de um período sangrento de
ódios e guerra civil, depois de uma breve e amarga experiência republicana, as
ideias de soberania popular acabaram por se impor numa “revolução gloriosa”.
Gloriosa porque, sem sangue, se consolidaram os fundamentos de um regime
político original, respeitador do indivíduo e da alternância governativa
baseada em eleições.
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