sábado, 28 de julho de 2012

CONTEXTUALIZAÇÃO: MÓDULO 6:UNIDADE 5: OS CAMINHOS DA CULTURA

CONTEXTUALIZAÇÃO
No fim do século XIX, a crença no valor da ciência atingiu o seu auge. Os extraordinários progressos nas mais diversas áreas científicas e técnicas consolidaram a fé no conhecimento como alicerce de um mundo melhor. Endeusados, revestidos de uma quase omnipotência, o racionalismo e o método científico dominam, então, a cultura europeia.
Fazendo-se sentir em todas áreas, das ciências exatas às ciências sociais, da filosofia ao ensino, o apreço pelo concreto, pelo “positivo” vai também refletir-se na arte e na literatura.
Artistas e escritores rejeitam os velhos cânones académicos e voltam-se  para o mundo que os rodeia, procurando retratá-lo da forma mais objectiva. No entanto, as necessidades do espírito rapidamente se manifestam e, numa oposição clara ao Realismo dominante, emerge a corrente simbolista, feita de imaterialidade e transcendência.
Embora contrárias, as duas tendências partilham da mesma ousadia e da necessidade de encontrar uma estética própria, liberta das regras tradicionais.
Este sentimento conduzirá à Arte Nova que tão fortemente marcou a viragem do século.
Procurando acompanhar o passo da Modernidade europeia, os intelectuais portugueses consomem avidamente as novidades que, “aos pacotes”, lhes chegam de comboio. No último terço do século, sob o impulso da Geração de 70, o nosso país abre-se ao debate social e ás novas tendências literárias. Adere também, embora de forma moderada, à estética realista que tinha conquistado a Europa, 20 anos antes. Não se colocando à margem da revolução cultural que se desencadeara na Europa, Portugal mantém, no entanto, a sua índole prudente e conservadora.

Sem comentários:

Enviar um comentário