sábado, 1 de setembro de 2012

As principais etapas da Primeira Guerra Mundial

Em agosto de 1914, do soldado raso até aos mais importantes dirigentes, era praticamente geral a convicção de que a guerra iria durar pouco - talvez umas semanas ou uns meses. A mobilização geral de milhões de homens e os planos estabelecidos pelos Estados Maiores pareciam impossibilitar uma guerra muito longa. Contudo, no fim do ano, depois da "corrida para o mar", os exércitos dos "Aliados" (Franceses, Ingleses e Belgas) e dos Alemães acharam-se enterrados em duas linhas de trincheiras que corriam do Mar do Norte até à fronteira suíça. A passagem da guerra de movimento a uma imprevista guerra de cerco deixou os adversários seriamente abalados. Por muito grande que fosse o potencial - cada vez maior - dos meios materiais postos em ação, todas as tentativas de rutura da frente contrária para retomar a guerra de movimento se frustravam. Além das centenas de milhares de mortos, nenhuma dessas batalhas teve resultados significativos. Em 1917, o Alto Comando Alemão persuadiu-se de que poderia ganhar a guerra desencadeando uma guerra submarina que asfixiasse a Inglaterra e a obrigasse a pedir a paz. A frota mercante inglesa sofreu perdas enormes, mas o melhoramento dos meios de luta anti-submarina e a entrada dos Estados Unidos na guerra permitiram que os Aliados resistissem. No princípio de 1918, combinadas com o uso de novas armas, as tropas americanas dariam a vantagem decisiva aos Aliados. Texto adaptado de História da Europa, Ed. Estampa, 1993.

GOETHE: ROMANTISMO

Goethe, Johann Wolfgang
 vonThe Bridgeman Art Library/Getty 
Johann Wolfgang von Goethe nasceu de uma família nobre em Frankfurt-am-Main, em 1749, e morreu em Weimar, em 1832. Tendo recebido uma educação multifacetada nos primeiros anos da sua vida, estudou Direito em Leipzig a partir de 1765. São dessa época as suas primeiras obras poéticas (canções e odes) e também o auto pastoril Caprichos do Apaixonado, que reflete o seu amor por Käthchen Schönkopf, filha de um estalajadeiro. Doença grave obriga-o a regressar a Frankfurt em 1768, mas pouco depois retoma em Estrasburgo os seus estudos universitários, que completa em 1771.Influenciado pelo escritor e filósofo alemão Johann G. Herder (1744-1803), Goethe volta-se para o irracionalismo do movimento literário e artístico designado por Sturm und Drang, evidenciando especial interesse pela poesia popular, pelos poetas da Antiguidade (Homero, Píndaro, Ossian) e pela obra poética do dramaturgo inglês William Shakespeare (1554-1616), assim como pelo estudo da arte gótica.São dessa época os ensaios Shakespeare (1771) e Da Arte Alemã (1773). Os seus amores pela filha do pároco de Sessenhein (Alsácia) foram a origem das poesias líricas Canção de Maio, Boas-Vindas e Despedida. Também a ligação amorosa de Goethe com Charlotte Buff, noiva do secretário da embaixada, inspira poesias líricas, como Prometeu, Ganimedes e Cântico de Maomet; são também dessa época os poemas dramáticos Goetz von Berlichingen, Deuses, Heróis e Wieland, o poema épico O Judeu Errante, o poema dramático Clavigo (1774) e o romance epistolar e sentimental Os Sofrimentos do Jovem Werther, que é um espelho dos amores de Goethe com Charlotte Buff e que, em breve, alcança renome internacional. A viagem à Suíça com os condes de Stolberg ocasiona o seu encontro com Carlos Augusto, o duque de Weimar, que convida Goethe para a sua corte, onde, a partir de 1776, passa a desempenhar as funções de conselheiro, e mais tarde, as de ministro de Estado. Das relações de amizade que então trava com Charlotte von Stein, sete anos mais velha do que ele, e da influência poderosa que dela recebe no sentido do seu amadurecimento espiritual são prova as suas próximas obras, que incluem dramas para o teatro de amadores e os poemas líricos Ilmenau, Viagem de Inverno ao Harz, Cântico dos Espíritos sobre as Águas, A minha Deusa, O Cantor, À Lua, a versão em prosa de Ifigénia (1779) e o começo do romance Wilhelm Meister. Nos anos de 1779 e 1780 acompanha o duque Carlos Augusto na segunda viagem à Suíça, de que nasceram as Cartas da Suíça. No outono de 1786 inicia a sua viagem à Itália, com estadia longa em Roma e uma deslocação à Sicília. Durante dois anos trava contacto aturado com a arte antiga e a arte italiana, o que provoca a sua atenção especial e o seu interesse definitivo pelo Classicismo, onde ressaltavam as ideias da humanidade e o esforço pela harmonia. O período fecundo que sucedeu à sua viagem à Itália foi marcado pelo aparecimento das seguintes obras: versão em verso da tragédia Ifigénia (1787); Egmont (1788), uma das suas melhores obras dramáticas; o drama psicológico Tasso, que tanto tem de autobiográfico, e o Fausto - Um Fragmento (1890). Goethe estabelece-se então em Weimar, dispensado já do exercício de funções públicas, com exceção da direção de instituições artísticas e científicas. Goethe mantém uma ligação amorosa com Cristiane Vulpius ao longo de vários anos, durante os quais publica, com reflexos dessa ligação, Idílios Romanos (1795) e Epigramas Venezianos. Em 1794 anuncia em público, em Jena, a sua amizade com Fiedrich Schiller (1759-1805) e a colaboração estreita entre os dois poetas, de modo especial quanto à criação de um teatro nacional e a assuntos de grande interesse para a literatura. Publica, em 1796, o romance didático Anos de Aprendizagem de Wilhelm Meister, a que se seguem a epopeia idílica, em verso, Hermann e Dorothea (1797) e a tragédia Filha Natural (1803). Entretanto, permanentemente estimulado por Schiller, dá seguimento aos trabalhos relativos à continuação do Fausto. Em 1806 casa com Cristiane Vulpius e, em 1809, publica Afinidades Eletivas, em que descreve, na personagem Ofélia, a sua bem-amada Minna Herzlieb, à qual se refere também nos Sonetos publicados, mais tarde, em 1815. Começa então a preocupação de Goethe pela sua própria evolução biográfica e espiritual, e publica A Minha Vida, Ficção e Verdade e Viagem à Itália em 1814. Como resultado da sua viagem ao Reno e ao Meno, aparece em 1814-15 a coletânea lírica O Divã Ocidental e Oriental. Em 1821 publica a primeira parte de Anos de Peregrinação de Wilhelm Meister, que, com os elementos líricos, novelísticos e aforísticos que enriquecem esta obra, representa o trabalho que o homem, nas suas próprias limitações, realiza para a comunidade, e constitui o tema principal da segunda parte da grande obra da idade avançada do poeta, o Segundo Fausto, que viria a ser publicado em 1832, ano da sua morte. A última inclinação amorosa de Goethe, já no 74.° ano da sua vida, pela jovem de 19 anos Ulrike von Levetzow não foi correspondida, circunstância a que se alude na Trilogia da Paixão, publicada em 1827. Goethe passa os últimos anos da sua vida a reexaminar e ordenar as suas obras. Escritor de admirável elegância de estilo e de grande poder imaginativo, além de ser um pensador profundo, Goethe abraçou um vasto conjunto de conhecimentos e de interesses humanos. Para a Alemanha, que nos séculos XVI e XVII não tinha ainda beneficiado do movimento da Renascença, Goethe constituiu, sozinho, uma Renascença completa. Para o resto do mundo foi um dos génios mais ricos e poderosos da Humanidade. Morreu em Weimar, com 83 anos, aureolado pela admiração universal. ver definição de grande...

POSITIVISMO

Sistema filosófico estabelecido por Auguste Comte na França do século XIX e exposto em livros como o Curso de Filosofia Positiva ou o Curso de política positiva. 
Tem como ponto de base fundamental a ideia de que a filosofia deve ser concreta e não abstrata, quer dizer, deve tratar de factos. 
Segundo a doutrina proposta por este autor os conhecimentos científicos passaram ao longo da história por três fases ou estados, do mesmo modo que acontece com os indivíduos particulares; é a chamada "lei dos três estados". 
O primeiro é o "estado teológico" ou fictício, é uma base provisória na qual o ser humano atribui as causas dos fenómenos, num primeiro momento, a poderes mágicos (o "fetichismo"), num segundo momento a deuses (o "politeísmo") e, finalmente, num terceiro momento, a Deus (o "monoteísmo"). 
O estado teológico corresponde à infância do ser humano. Segue-se o "estado metafísico" ou abstrato, no qual o homem continua a procurar as causas do mundo material, atribuindo-as já não a Deus, mas a entidades abstratas, reunidas sob o conceito de natureza. Finalmente, no "estado positivo", o último, o ser humano limita-se a observar os factos; em vez de imaginar as causas limita-se a observar as leis. 
A progressão da sociedade é feita através do mesmo esquema triádico: num primeiro momento a sociedade é sobretudo dominada pelos militares, depois pelos legisladores e, finalmente, pela indústria e pela economia. 
Num estranho e durável devaneio Comte propôs uma nova religião que pretendia substituir a católica, é a "religião positiva", em tudo semelhante à católica com uma diferença abissal: o Deus culturado não é o Deus transcendente mas a própria humanidade. 
Augusto Comte chegou mesmo a definir os templos, os sacramentos, as qualidades requeridas para se ser sacerdote, os ritos, o calendário e o tipo de estátuas.
 O culto estabelecer-se-ia de três modos: um culto pessoal através da adoração da mulher, na pessoa da mãe, da esposa e da filha; outro culto seria o doméstico: aos 14 anos a criança era iniciada, aos 21 admitida, aos 28 recebe o destino, aos 42 o casamento, aos 63 o retiro, depois a transformação (a morte) e, após sete anos, a reintegração no "Grande Ser"; havia ainda o culto público ao "Grande Ser". 
O positivismo teve uma grande aceitação, mas também inúmeros adversários. Ultrapassou as fronteiras francesas, embora com nuances consideráveis, e chegou à Inglaterra (por exemplo John Stuart Mill), à Alemanha (o naturalismo de Haeckel e o empiriocriticismo de Avenarius), ao Brasil (o positivismo ortodoxo de Miguel Lemos e Teixeira Mendes) e a Portugal (por exemplo Teófilo Braga).

I GUERRA MUNDIAL: ANTES -DURANTE E DEPOIS

CONSTITUIÇÃO

A Constituição é a lei fundamental que regula os direitos e garantias dos cidadãos e define a organização política de um Estado. É, assim, a estrutura jurídica basilar de um determinado país - embora haja países que não têm Constituição, assentando as suas estruturas em normas jurídicas organizadas de outras maneiras. Há ainda diferenças entre as constituições dos diversos países, que variam na sua extensão e abrangência, ora tendo maior precisão e desenvolvimento, ora deixando mais matéria para as leis ordinárias. Na medida em que os preceitos constitucionais são a referência de todo o sistema político de um Estado, as leis ordinárias são-lhes subordinadas e não podem contradizê-los nem alterá-los. A conformidade das leis ordinárias à Constituição é salvaguardada por órgãos competentes (no caso português, na atualidade, pelo Tribunal Constitucional) e a revisão do diploma fundamental tem que obedecer a determinadas formalidades, definidas na própria Constituição. A História das constituições portuguesas revela as vicissitudes dos regimes políticos em que o País viveu desde o início do século XIX. A primeira Constituição data de 1822. Foi aprovada em Cortes na sequência da Revolução de 1820 e jurada pelo rei D. João VI. Apesar do seu curto tempo de vigência, esta Constituição foi marcante pelo seu espírito liberal: consagrava determinados direitos dos cidadãos e o princípio da separação dos poderes; instituía um Parlamento unicameral, eleito de dois em dois anos; sobretudo, constituía uma manifestação de soberania da nação perante o rei - é da nação que emana a autoridade real e a nação, através do seu órgão legislativo que são as Cortes, pode mesmo impor ao rei as leis do Estado e as opções de governo. Elaborada na sequência da Revolução de setembro de 1836, a Constituição de 1838 foi jurada por D. Maria II. Ao mesmo tempo que instituía um sistema bicameral e preconizava a descentralização administrativa, esta Constituição devolvia ao soberano poderes que a anterior lhe retirara: consagrava a eficácia do veto do rei e dava-lhe algumas competências executivas e capacidade para dissolver as Cortes e nomear e demitir ministros. A Constituição de 1838 esteve em vigor até 1842. Só no ano seguinte à revolução de 5 de outubro de 1910 foi aprovada uma nova Constituição, onde formalmente se aboliu o regime monárquico e decretou a República democrática. A Constituição definia quais eram os órgãos componentes do Estado republicano (Presidência da República, Câmara dos Deputados, Senado, etc.) e consagrava alguns dos preceitos norteadores da nova ordem pública, como a extinção dos privilégios de nascimento, a obrigatoriedade e gratuitidade do ensino primário e a dissolução das congregações religiosas. A Constituição de 1911 foi revista em 1915 e de novo em 1919-1920. Esteve suspensa durante o consulado de Sidónio Pais e foi suspensa definitivamente após o golpe militar de 1926. Novo texto constitucional foi plebiscitado em 1933. Foi o texto que institucionalizou e suportou as estruturas do Estado Novo. Traduzia um projeto político de nacionalismo corporativo: no plano dos princípios, estabelecia o autoritarismo do Estado sobre a noção (liberal) de autonomia do indivíduo; concedia ao Estado grande poder de intervenção na organização económica e social; consagrava o imperialismo colonial português; criava uma Assembleia Nacional e, com capacidade apenas consultiva, uma Câmara Corporativa, ao mesmo tempo que reforçava a capacidade legislativa e executiva do Governo (com o que a vocação parlamentarista do regime anterior se via quase totalmente apagada). Em 1976 foi aprovada uma nova Constituição, que estabeleceu o Estado de direito democrático, dando pois consagração constitucional à revolução de 25 de abril de 1974. Foi nesta Constituição que ficaram definidas as linhas gerais do sistema político português atual. No texto de 1976, a Constituição tinha marcas do momento histórico em que emergiu - por exemplo, criava o Conselho da Revolução, um órgão de acompanhamento do processo de instauração da democracia, e apontava para a nacionalização de determinados setores da vida económica. Aspetos como estes vieram a ser alterados em revisões constitucionais posteriores. Outras inovações importantes, porém, permaneceram, como foi o estabelecimento das regiões autónomas dos arquipélagos atlânticos.

REVOLUÇÃO DEMOGRÁFICA

No século XVIII/XIX assiste-se a uma autêntica revolução demográfica, que é visível principalmente na Europa. Esta mudança foi operada devida a diversos fatores, entre os quais os avanços da medicina, o desenvolvimento da indústria e da agricultura, a alteração de mentalidades.A nível da medicina, talvez o maior contributo tenha sido a vacinação e a adoção de alguns métodos anticoncecionais (ainda que estes métodos sejam mais evidentes nas classes mais altas). Estes avanços traduziram-se por uma redução da mortalidade infantil contribuindo para uma maior esperança de vida. Neste período assistimos também a um aumento da taxa de natalidade, reflexo da redução da idade média de casamento (como consequência das melhorias de condições de vida). Os progressos operados na agricultura, com a introdução da mecanização e consequente aumento das produções e, portanto, da quantidade de alimentos, bem como a eclosão da Revolução Industrial foram também decisivos para esta mudança.

TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA

As alusões à transição demográfica referem-se essencialmente às tentativas de explicação para as transformações operadas nas populações dos países industrializados, entre meados do século XIX e meados do século XX. Efetivamente, num processo que, grosso modo, se estende por cerca de um século, esses países passaram de uma situação demográfica caracterizada pela existência de um quase paralelismo entre altas taxas de mortalidade e altas taxas de natalidade, em que a mortalidade funcionava como uma espécie de mecanismo regulador dos avanços e recuos das populações, para uma outra situação oposta, isto é, caracterizada pela existência de um quase paralelismo entre baixas taxas de mortalidade e baixas taxas de natalidade. Adolphe Landry foi o primeiro a expor, nos anos 30 do século XX, uma teoria sobre estas mudanças demográficas, sob a designação de Transição Demográfica, e que, nas décadas seguintes, teve largo desenvolvimento. Mas a Transição Demográfica oferece uma explicação redutora sobre a evolução destas populações, nomeadamente porque apenas tem em conta a natalidade e a mortalidade a partir dos cálculos das taxas brutas (que são, sempre, medidas grosseiras de avaliação, uma vez que entram em linha de conta com toda a população), deixando de fora aspetos importantes ligados, por um lado, às migrações e, por outro, às questões de natureza económica e social, como a participação das mulheres no mundo do trabalho ou a nupcialidade. Seja como for, as transformações descritas, que, numa primeira fase, se saldaram pelo crescimento em contínuo das populações envolvidas, para, posteriormente, estacionarem e mesmo regredirem nesse crescimento, não se efetivaram nos espaços menos desenvolvidos ou no que se chama mundo subdesenvolvido ou, ainda, Terceiro Mundo. Aí continua a nascer muita gente e continua também a morrer muita gente, mas a um ritmo menor que a reprodução. De facto, após a Segunda Guerra Mundial, pela ajuda internacional, a mortalidade, nestes espaços, tem vindo a diminuir, sem as devidas compensações de uma diminuição da fecundidade, o que tem conduzido a um crescimento sem paralelo dessas populações e, por consequência, da população de todo o planeta. Esta circunstância tem feito reacender o debate sobre a velha questão malthusiana do necessário equilíbrio entre a população e os recursos, debate fomentado sobretudo pelas Nações Unidas nas conferências internacionais sobre a população que, de dez em dez anos, se vêm realizando desde 1954.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

FISIOCRATISMO

Fisiocratismo
Tendo como pano de fundo o Iluminismo francês, o fisiocratismo é, antes de tudo, uma reação ao mercantilismo vigente, assumindo-se historicamente como a primeira teoria científica da economia. A sua escola, dita fisiocrata (physis, natureza, kratos, governo), nasce em França a partir da obra Tableau Économique de François de Quesnay, médico da corte ao serviço de Madame de Pompadour e mais tarde de Luís XV. Conhecedor da teoria da circulação do sangue de William Harvey (1616), Quesnay concebia a vida económica como um organismo, um circuito semelhante ao sanguíneo. Acreditava plenamente no poder criativo e curativo da natureza, cujas leis representavam a "ordem natural" da vida individual e coletiva, princípio básico do fisiocratismo e da constituição natural dos governos. Os seus seguidores, entre os quais Mirabeau, Malesherbes, Mercier de la Rivière e Turgot, intitulavam-se economistas, já que o termo fisiocracia apenas se usa a partir do século XIX, quando se publica uma coletânea de textos do seu fundador. O fisiocratismo, na sua conceção naturalista do mundo, defendia a aplicação de leis naturais de carácter universal para dirigir a atividade humana, particularmente as suas relações económicas e sociais. O governo deveria estar em perfeita consonância com a ordem natural, favorável à liberdade de circulação de pessoas, produtos e bens - laissez faire, laissez passer, le monde va de lui-même ("deixem fazer, deixem passar, o mundo vai por si mesmo") -, o que colide com o intervencionismo, protecionismo e regulação estatais da atividade económica e social próprios do mercantilismo. As riquezas deveriam circular livremente no organismo social como o sangue no corpo, de acordo com a lei natural, tendente à harmonia de relações em todos os níveis. Por outro lado, no sentido da liberdade de circulação atrás referida, o fisiocratismo preconizava, em oposição clara ao mercantilismo, a atribuição de grande importância à agricultura como atividade produtiva, capaz de criar o "produto líquido", inexistente no comércio ou indústria, "estéreis" segundo os fisiocratas, apenas capazes de transformar ou fazer circular as riquezas já existentes derivadas da sua única fonte possível, a natureza. Só a atividade agrícola, "coração da economia", e também a mineração, poderiam substanciar as suas potencialidades e dela retirar o produto líquido, motor do progresso autêntico. O produto líquido seria o excedente de produção em relação aos gastos e ao consumo, que circula na sociedade como o "sangue nas veias", investido depois na agricultura. A acumulação de metais preciosos, o comércio e a manufatura não se configuravam como fontes de riqueza, contrários que eram à ordem natural das coisas, criadores de injustiças sociais e de desacertos económicos. O fisiocratismo defendia, por outro lado, a livre iniciativa individual, a liberdade do trabalho e de circulação - em vez das regras ou restrições mercantilistas, que considerava "vexações arbitrárias da autoridade" -, propondo também o imposto único e direto, a incidir somente na propriedade (no produto líquido agrícola). A defesa de uma reforma fiscal no sentido de se estabelecer uma ordem social mais harmónica e igualitariamente benéfica é outra das bandeiras do fisiocratismo, exigência essa enquadrada na situação em que vivia a França antes da Revolução: basicamente rural, embora sem grande rentabilidade agrícola; supérflua e faustosa, na corte desregrada de Paris; com impostos pesados e injustos, dos quais estavam isentos os privilegiados, nobreza e clero.O fisiocratismo, apesar de certas contradições e utopias, está na origem da economia política de tipo liberal, antecipando mesmo a Revolução Francesa: defesa de uma sociedade mais dinâmica, interdependente e recíproca; urgência de revisão da fiscalidade vigente, para acabar com os privilégios; liberalismo económico, traduzível no laissez faire... favorável à livre iniciativa e à liberdade de circulação. No fundo, desenhava uma orientação oposta ao absolutismo e à sociedade de raiz ainda feudal. Turgot (1727-1781), um dos maiores seguidores de Quesnay e ministro das Finanças de Luís XVI, ainda pôs em prática algumas medidas fisiocráticas, esbarrando, todavia, com o poder das classes privilegiadas e a oposição da rainha Maria Antonieta, que o fez cair em desagrado do rei.A Portugal chegaram também os ventos do fisiocratismo, ainda que com pouca expressão em termos reais e demasiadamente mitigados pela realidade nacional. Os autores mais próximos daquela corrente de pensamento económico foram Rodrigues de Brito, Domingos Vandelli, para além do abade Correia da Serra. Foram mais veiculadores da teoria do que seus defensores, despertando o fisiocratismo no nosso país mais interesse do que propriamente influência, numa altura em que se advogava um maior incremento da produção agrícola em Portugal, face ao fracasso do mercantilismo vigente.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

DOCUMENTÁRIO: EXPOSIÇÃO UNIVERSAL DE PARIS EM 1900


Paris em 1900 - Exposição Universal [Filme Raro] Música por Gwenaël Exposição Universal de 1900 foi uma feira mundial realizada em Paris, França, para celebrar as conquistas do século passado e para acelerar o desenvolvimento para a próxima. O estilo que foi universalmente presente na Exposição era Art Nouveau. Exposition Universelle viewMore de 50 milhões de pessoas assistiram à exposição (um recorde mundial na época), mas ainda não conseguiu dar lucro, custando ao governo francês 2.000.000 francos. A feira inclui mais de 76.000 expositores e cobertos 1,12 quilômetros quadrados de Paris. foi a Exposição Universal, onde filmes que falam e escadas rolantes foram pela primeira vez publicadas, e onde Sopa Campbell foi premiado com uma medalha de ouro (uma imagem de que ainda aparece no rótulo). No Rudolf Diesel Exposição exibiu seu motor diesel, funcionando com óleo de amendoim. Filmes breves trechos de ópera e balé são, aparentemente, os primeiros filmes exibidos publicamente com projeção de imagem e som gravado. A exposição também contou com muitas pinturas panorâmicas e extensões da técnica panorama, como o Cinéorama, Mareorama e Trans-Siberian Railway Panorama. Alexandre III bridgeThe exposição durou de 14 de Abril até 10 de Novembro de 1900. Uma comissão especial, liderada por Gustave Eiffel, premiado com uma medalha de ouro para o projeto Lavr Proskuryakov para a Ponte Yenisei, em Krasnoyarsk. Uma série de a maioria de Paris estruturas notáveis ​​foram construídos para a Exposição, incluindo a Gare de Lyon, a Gare d'Orsay ( agora, o Musée d'Orsay), a Ponte Alexandre III, o Grand Palais, La Ruche, e no Petit Palais. A primeira linha do metrô de Paris também começou a operação para coincidir com a exposição. Embora concluído em apenas 18 meses, foi, no entanto, um pouco atrasado, tendo seus primeiros passageiros pagantes ao Palais du Trocadéro Ancien local em 19 de Julho de 1900. parte da exposição foi os Jogos Olímpicos Segundo, que foram distribuídos por cinco meses. Então despercebido eram estes jogos que muitos atletas morreram sem saber que eles tinham sido atletas olímpicos. Os jogos também marcou a primeira participação de atletas do sexo feminino e, em esportes como tênis, futebol (soccer), pólo aquático, remo e cabo de guerra, as equipes eram multinacionais. um zoológico humano estava presente na exposição. Pavilhão finlandês na Exposição foi projetado pelo escritório de arquitetura de Gesellius, Lindgren, e Saarinen. Foi publicado em Dekorative Kunst 3 (1900)
Thomas Edison e da Exposição Universal de Paris 1900

CINE HISTÓRIA:FILME GERMINAL

Sinopse:
O filme retrata o processo de gestação e maturação de movimentos grevistas e de uma atitude mais ofensiva por parte dos trabalhadores das minas de carvão do século 19 na França em relação à exploração de seus patrões.
 Direção: Claude Berri
 Ano: 1993
 País: Bélgica, Itália, França
 Género: Drama
 Duração 170 min. / cor
Título Original: Germinal

CINE HISTÓRIA: O DIA DO REGICÍDIO: CARBONÁRIA E MAÇONARIA

Inédito pela primeira vez em televisão, esta série inclui no desenrolar da sua história, a representação de uma iniciação, ainda que não seja fiel, na mítica e lendária Carbonária.
 INICIAÇÃO CARBONÁRIA - O DIA DO REGICÍDIO Maçonaria - Grande Reportagem - 1 de 3

Galileu, de Liliana Cavani (1968)


Il video è tratto dal film "Galileo Galilei" del 1968 di Liliana Cavani. La clip mostra quale deve essere il vero comportamento di ogni Cattolico difronte alla bestemmia, all'eresia, agli eresiarchi e ai nemici di Santa Romana Chiesa.
 Morte all'Eresia


segunda-feira, 27 de agosto de 2012

DECLARAÇÃO DE GUERRA DA ALEMANHA A PORTUGAL

Em Fevereiro de 1916, um decreto do governo português autorizava a requisição dos navios mercantes alemães fundeados no Tejo. Foi a "gota de água" que levou Guilherme II, a instruir Von Rosen a apresentar a nota de Declaração de Guerra ao Governo Português, em 9 de Março de 1916, formalizando um conflito que já há algum tempo Portugueses e Alemães vinham travando no sul de Angola e norte de Moçambique. Iniciava-se assim, a participação formal de Portugal na 1ª Guerra Mundial que muito em breve arrastaria o Corpo Expedicionário Português para as trincheiras da Flandres.
«Senhor Ministro. Estou encarregado pelo meu alto Governo de fazer a V. Ex.a a declaração seguinte: O Governo português apoiou, desde o começo da guerra. os inimigos do império Alemão por actos contrários á neu­tralidade. Em quatro casos foi permitida a passagem de tropas inglesas por Moçambique. Foi proibido abastecer de carvão os navios alemães. Aos navios de guerra ingleses foi permitida uma larga permanência em portos portugueses, contrária à neutralidade, bem como ainda foi consentido que a Inglaterra utilizasse a Madeira como base naval. Canhões e material de guerra de diferentes espécies foram vendidos ás Potências da Entente, e, além disso, á Inglaterra um destruidor de torpedeiros. O arquivo do vice-consulado imperial em Moçâmedes foi apreendido. Além disso, foram enviadas expedições á África, e foi dito então abertamente que estas eram dirigidas contra a Alemanha. O governador alemão do distrito. Dr. Schultz-Jena, bem corno dois oficiais e algumas praças, em 19 de Outubro de 1914, na fronteira do Sudoeste Africano alemão e Angola. foram atraídos, por meio de convite, a Naulila, e ali decla­rados presos sem motivo justificado, e, como procurassem subtrair-se à prisão, foram, em parte, mortos a tiro enquanto os sobreviventes foram à força feitos prisioneiros. Seguiram-se medidas de retorção da tropa colonial. A tropa colonial, isolada da Alemanha, precedeu na su­posição, originada pelo acto português, de que Portugal se achava em estado de guerra com o Império Alemão. O Governo português fez representações por motivo das últimas ocorrências, sem, todavia, se referir ás primeiras. Nem sequer respondeu ao pedido que apresentámos de ser intermediário numa livre troca de telegramas em cifra com os nossos funcionários coloniais, para esclarecimento do estado da questão. A imprensa e o Parlamento, durante todo o decurso da guerra, entregaram-se a grosseiras ofensas ao povo alemão, com a complacência, mais ou menos notória, do Governo português. O chefe de Partido dos Evolucionistas pronunciou na sessão do Congresso, de 23 de Novembro de 1914, na presença dos ministros portugueses, assim como na de diplomatas estrangeiros, graves insultos contra o imperador da Alemanha, sem que por parte do presidente da Câmara, ou dalgum dos ministros presentes, se seguisse um protesto. Às suas representações, o enviado imperial recebeu apenas a resposta que no boletim oficial das sessões não se en­contrava a passagem em questão. Contra estas ocorrências protestámos em cada um dos casos em especial, assim como por várias vezes apresenta­mos as mais sérias representações e tornámos o Governo português responsável por todas as consequências. Não se deu, porém, nenhum remédio. Contudo, o Governo Imperial, considerando com longanimidade a difícil situação de Portugal, evitou então tirar mais sérias consequências da atitude do Governo português. Por último, a 23 de Fevereiro de 1916, fundada num decreto do mesmo dia, sem que antes tivesse havido negociações, seguiu-se a apreensão dos navios alemães. sendo estes ocupados militarmente e as tripulações mandadas sair de bordo. Contra esta flagrante violação de direito protestou o Governo Imperial e pediu que fosse levantada a apreensão dos navios. O Governo português não atendeu este pedido e procurou fundamentar o seu acto violento em considerações jurídicas. Delas tira a conclusão que os nossos navios imobilizados por motivo da guerra nos portos portugueses, em consequência desta imobilização, não estão sujeitos ao artigo 2.0 do tratado de comércio e navegação luso-alemão, mas sim à ilimitada soberania de Portugal, e, portanto, ao ilimitado direito de apropriação do Governo português, da mesma forma que qualquer outra propriedade existente no pais. Além disso, opina o Governo português ter procedido adentro dos limites desse artigo, visto a requisição dos navios corresponder a uma urgente necessidade económica, e também no decreto de apropriação estar prevista uma indemnização cujo total deveria mais tarda ser fixado. Estas considerações aparecem como vazios subterfúgios. O artigo 2.0 do tratado do comércio e navegação refere-se a qualquer requisição de propriedade alemã em território português. Pode ainda assim haver dúvidas sobre se a circunstância de os navios alemães se encontrarem pretendidamente imobilizados em portos portugueses modificou a sua situação de direito. O Governo português violou, porém, o citado artigo em dois sentidos, primeiramente não se mantém na requisição dentro dos limites traçados no tratado, pois que o artigo 2.0 pressupõe a satisfação duma necessi­dade do Estado, enquanto que a apreensão, como é notório, estendeu-se a um número de navios alemães em desproporção com o que era necessário a Portugal para suprir a falta de tonelagem. Mas, além disso, o mencionado artigo torna a apreensão dos navios dependente dum prévio acordo com os interessados sobre a indemnização a conceder-lhes. enquanto que o Governo português nem sequer fez a tentativa de se entender, quer directamente, quer por intermédio do Governo alemão, com as companhias de navegação. Desta forma apresenta-se todo o procedimento do Governo português como uma grave violação do Direito e do Tratado. Por este procedimento o Governo português deu a conhecer que se considera como vassalo da Inglaterra, que subordina todas as outras considerações aos interesses e desejos ingleses. Finalmente a apreensão dos navios realizou-se sob formas em que deve ver-se uma intencional provocação à Alemanha. A bandeira alemã foi arriada dos navios alemães e em seu lugar foi posta a bandeira portuguesa com a flâmula de guerra. O navio almirante salvou por esta ocasião. O Governo Imperial vê-se forçado a tirar as necessárias consequências do procedimento do Governo português. Considera-se de agora em diante como achando-se em estado de guerra com o Governo português. Ao levar o que precede, segundo me foi determinado, ao conhecimento de V. Ex.a tenho a honra de exprimir a V. Ex.a a minha distinta consideração.»

 Tradução do texto alemão entregue por Friedrich Von Rosen a Augusto Soares, Ministro Português dos Negócios Estrangeiros

SEGUNDA METADE DO SÉCULO XIX: ESTILOS ARTÍSTICOS

REALISMO 
Esta corrente afirma uma reação clara aos pressupostos românticos, em vez do culto do eu, propõe a análise da sociedade, contrariando a nostalgia do passado, analisa criticamente a contemporaneidade : por oposição às paisagens dramáticas, representa cenas banais, e as suas personagens não são heróis, mas pessoas simples. 
O desejo de objectividade na arte reflete a aceitação da corrente filosófica positivista. 
O gosto pelo concreto levou a que, na pintura, os artistas Colbert, Milet e Manet representassem cenas do quotidiano: porém, a tentativa de representar exclusivamente o real chocou a sociedade burguesa de então.
 Realismo: a tela Os Britadores de Pedra, de Gustave Courbet (1851), considerada o manifesto do Realismo.
 IMPRESSIONISMO 
Foi da tela de Monet Impressão: Sol Nascente que nasceu o termo impressionistas, utilizado por um crítico, desdenhosamente, para designar o grupo de pintores (de que se salientam Monet, Renoir, Degas) que desafiaramas convenções artísticas da época. 
O Impressionismo procurava captar, em tela, a fugacidade do real. 
Aproximava-se da pintura realista no tratamento de temas vulgares e urbanos, mas aceitava a subjectividade do olhar, transmitida pelos efeitos de luz e pelas cores inesperadas. 
Graças à expansão das vias férreas e à novidade dos tubos de estanho com as cores já preparadas, os pintores impressionistas puderam trocar os ateliers pelo ar livre.
Impressionismo- a pintura Impressão: Sol Nascente, de Claude Monet (1872), cujo título acabaria por dar origem à corrente pictórica.
SIMBOLISMO 
Em reação ao Realismo e Positivismo, a corrente simbolista acentua a impossibilidade de existência de uma só realidade e propõe como alternativa a representação simbólica das ideias, razão por que os seus autores foram denominados simbolistas. 
Gustave Moreau e Puvis de Chavanes souberam criar nas suas telas um ambiente de mistério e de sonho, enquanto Paul Gauguin procurou afastar-se da civilização industrial europeia para procurar, na arte e na vida, um ideal de primitivismo.
 Em Inglaterra, a pintura de Rossetti ou de Burne-Jones (chamada de Pré-Rafaelita por recusar os cânones do Renascimento) pode ser integrada na corrente simbolista pela aproximação ao sobrenatural e pela valorização de ambientes de evasão. 
.
ARTE NOVA
Assumindo-se, sobretudo, como um estilo decorativo, a Arte Nova resulta da vontade de imprimir colorido e graciosidade a uma Europa descaracterizada pela industrialização. 
Os artistas da Arte Nova elaboravam jóias refinadas (Lalique), adornavam a entrada para o metropolitano de Paris, ilustravam painéis publicitários com gravuras de mulheres idealizadas entre flores e folhagens (Mucha). 
O requinte e a elegância permitem identificar, rapidamente, todas as facetas da Arte Nova 
Enquanto corrente arquitetónica, a forma ondulada, a aplicação do ferro e a valorização da estrutura como decoração marcaram as obras de Arte Nova, salientando-se as do arquiteto Gaudí, em Barcelona.

domingo, 26 de agosto de 2012

ARTE: ROMANTISMO

A Liberdade Guiando o Povo
 (1830), Museu do Louvre - Paris.
Eugène Delacroix
No final do século XVIII e durante o século XIX, percorreu a Europa uma corrente estética com origem na Alemanha: o Romantismo.
Características:
 - culto do Eu: num tempo marcado por revoluções constantes, quer a nível político (revoluções liberais), quer a nível económico (revolução industrial), torna-se compreensível que uma das características mais importantes do Romantismo seja a recusa do racionalismo e da harmonia: o individuo centra-se nas suas sensações subjectivas, deixa que os sentimentos o dominem e procura paisagens dramáticas em consonância com o seu estado de espírito instável. O herói romântico experimenta, assim, uma insatisfação inexplicável- o “mal do século”;
- exaltação da liberdade – o Romantismo exprimiu, na arte, o desejo de liberdade social e política enquanto, na prática, se envolvia nas lutas políticas e sociais da época. Várias figuras do Romantismo, nacionais e estrangeiras, combateram, na arte e na vida, pela liberdade dos povos. O Romantismo tornou-se, assim, sustentáculo do Liberalismo, o que levava Vitor Hugo a afirmar: “ O romantismo […] é afinal de contas […] o Liberalismo na literatura.
- os românticos identificavam a Idade Média com a sua própria sensibilidade, encarando-a como um período apaixonante e de profundo dramatismo.
 - a preocupação romântica em defender as minorias étnicas da sujeição aos estados autoritários (defesa dos princípios das nacionalidades) e o apoio dos românticos aos movimentos de unificação nacional.
 - o Romantismo recuperou, da Idade Média, as tradições, a arte gótica.
- reação ao classicismo
 -busca do pitoresco e do exótico
 -culto das literaturas nacionais
-afirmação da ópera .
Literatura: Goethe,Walter Scott, Victor Hugo etc.
 Pintura: William Turner, Delacroix etc.
Música: Beethoven, Paganini, Chopin, Schubert, Puccini, Verdi, Wagner etc.

TAYLORISMO E FORDISMO

Frederick Taylor. ca. 1900
O engenheiro Frederick Taylor expôs o método de transformar a produção num processo racional, isto é, pensado de maneira a tornar-se o mais rentável possível. A racionalização, descrita na sua obra Princípios de Direção Científica da Empresa, foi chamada taylorismo e assentava nos seguintes procedimentos:
1- Dividir a produção de um objecto numa série de “movimentos essenciais que cada um dos operários tem de executar”
2- Pré-definir o tempo mínimo necessário para a realização de cada um desses gestos simples.
3- Produção de objectos todos iguais – ESTANDARDIZAÇÃO.
Henry Ford aplicou o taylorismo à produção de automóveis, introduzindo a linha de montagem nas suas fábricas para “levar o trabalho ao operário, em vez de levar o operário ao trabalho”.
A racionalização aplicada às fábricas tomou o nome de Fordismo.

BRASIL: DESCOBERTA: INDEPENDÊNCIA: QUILOMBO

D. Pedro proclama a independência do Brasil às margens do rio Ipiranga, em São Paulo, e depois é coroado primeiro imperador do país.
 Independencia ou Morte 1972 - Independencia do Brasil
Género: Aventura; Diretor: Humberto Mauro; Ano de Lançamento: 1936; País de Origem: Brasil; Idioma do Áudio: Português. A partida das 13 naus de Pedro Álvares Cabral de Lisboa e sua difícil trajetória pelo mar desconhecido. A chegada a uma nova terra marca o encontro amigável com o povo indígena. A paisagem do Novo Mundo fascina: os animais, as pessoas, as plantas. A realização da primeira missa harmoniza as relações entre os seres.

Filme: Quilombo - 1984 Filmado em 1984 Quilombo retrata como era a vida no Quilombo de Palmares numa época cercada de dificuldades devido ao enfrentamento da opressão portuguesa. Sempre que a luta dos quilombos era pela dignidade da liberdade e igualdade contra o sistema europeu que impunha a escravidão para milhares de africanos seqüestrados para trabalharem nas plantações de cana-de-açúcar. Historicamente se sabe que o Quilombo dos Palmares existiu entre 1630 a 1895 na serra da barriga, no atual Estado de Alagoas, e possuiu milhares de africanos e negros nascidos do Brasil que haviam sido escravizados em diversas fazendas. Os palmarinos souberam tirar proveito da luta dos portugueses e holandeses, entre 1621 e 1654, pelo controle de terras brasileiras e aumentaram em muito sua organização criando uma sociedade à parte. Após a expulsão e hegemonia dos portugueses das terras do extremo norte colonial partiu-se para a destruição do maior perigo a empresa açucareira, os quilombos. Palmares por ter mais de 20 mil palmarinos e diversos povoados se tornou o principal alvo das forças militares dos bandeirantes portugueses e sua sede de sangue e desejo de matança.
O filme tem a preocupação de mostrar os três últimos "governos" de Palmares: Acotirene, Ganga Zumba e Zumbi. O elenco atua de forma magnífica, pois consegue passar muita seriedade ao expor esse lado da história do Brasil. Passados mais de vinte anos este é uma obra essencial para a filmoteca dos militantes e entidades. Divirtam-se, debatam, reflitam, atualizem-se, debatam de novo e vamos pra luta pela mudança.
A trajetória de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes (Humberto Martins), líder da Inconfidência Mineira, um movimento surgido em Vila Rica (Ouro Preto) em 1789. Tiradentes sonhou junto com amigos e intelectuais ver o Brasil independente do domínio português, mas esbarrou na traição de Joaquim Silvério dos Reis (Rodolfo Bottino)

HEGEMONIA BRITÂNICA

Em meados do século XIX, a Inglaterra detinha a hegemonia sobre os restantes países. Tendo sido pioneira da primeira revolução industrial, mantinha a preponderância que adquirira no século XVIII, a qual era evidente em vários factores:
- era a primeira potência na produção têxtil (algodão) e metalúrgica (ferro);
 - utilizava a energia a vapor em larga escala;
 - possuía a maior extensão de caminhos de ferro;
- controlava o comércio internacional graças à vasta frota mercante e ao sistema financeiro avançado;
-registava o maior crescimento demográfico e urbano;
- exibia, perante todo o mundo que estava “à frente do pelotão”, nomeadamente através da realização da Exposição Universal de 1851.
A Inglaterra apenas perdeu a posição de comando no final do século XIX, quando foi ultrapassada pelos Estados Unidos da América por não ter acompanhado a modernização tecnológica.

MOVIMENTO OPERÁRIO

As primeiras reações dos operários contra a sua condição miserável foram espontâneas , pouco organizadas e dirigidas, sobretudo, contra as máquinas que lhes roubavam o trabalho (nomeadamente o movimento de Ned Ludd, na Inglaterra- luddismo- era mecanoclasta, isto é, destruía as máquinas de produção Com o passar do tempo, o movimento operário (ações de luta dos operários por melhores condições de vida e por uma maior intervenção política) organizou-se, de duas formas, para se tornar mais eficaz
1-ASSOCIATIVISMO – na falta das redes de solidariedade tradicionais (família, paróquia) as associações de socorros mútuos apoiavam os operários em caso de vicissitude (doenças, acidentes), mediante o pagamento de uma quota
2-SINDICALISMO- no inicio atuando clandestinamente, os Sindicatos utilizavam como principais meios de pressão sobre o patronato as manifestações e as greves.
TRADE UNIONS: SINDICATOS
No início do século XIX surgiram, em Inglaterra, as primeiras associações de operários, algumas das quais deram origem a sindicatos. Em 1825, os primeiros sindicatos ingleses uniram-se, formando as Trade Unions (Uniões de Sindicatos).
Progressos na legislação laboral e difusão das ideias socialistas e sindicatos legalizados

SOCIALISMO CIENTÍFICO

SOCIALISMO UTÓPICO: ROBERT OWEN (inglês), SAINT-SIMON, PROUDHON, FOURIER (franceses).
SOCIALISMO CIENTÍFICO: KARL MARX E FRIEDRICH ENGELS (alemães).
 Livro: O CAPITAL "Toda a História do Homem está marcada pela luta entre explorados (proletariado) e exploradores (burguesia)".
Karl Marx e Friedrich Engels expuseram, no livro “Manifesto do Partido Comunista “(1848), uma proposta de explicação do processo histórico, que tomou o nome de marxismo ou materialismo histórico.
TEORIA MARXISTA
1-Fim da exploração dos trabalhadores através da REVOLUÇÃO.
2- Tomada do poder pelos trabalhadores e instauração duma DITADURA DO PROLETARIADO (operários+camponeses)
3-COLECTIVIZAÇÃO dos meios de produção e NACIONALIZAÇÃO.
4-SOCIALISMO: Igualdade e Justiça social
5-COMUNISMO: Sociedade sem classes (etapa final).
Os operários devem unir-se internacionalmente para fazer a revolução comunista, por isso, o Manifesto institui o lema “ Proletários de todos os países, uni-vos”.
ANARQUISMO: PROUDHON E BAKUNINE (russo)..
SOCIALISMO REFORMISTA: Defende a ideia de chegar ao poder através do voto. KAUTSKY, EDWARD BERNSTEIN (alemães) e JEAN JAURÉS (francês).

URBANISMO OITOCENTISTA

O crescimento muito rápido de algumas cidades (por exemplo, Londres, Paris, Nova Iorque) originou novos problemas que se tornaram um desafio para as chefias municipais e para arquitetos, urbanistas e filantropos. O novo urbanismo tinha, essencialmente, duas preocupações:
1- criar espaços para a burguesia, “entregando” a cidade àqueles que a tinham criado;- as antigas muralhas são destruídas, rasgam-se avenidas, criam-se infraestruturas (abastecimento de água e iluminação, rede de esgotos), projetam-se espaços para o lazer (óperas, teatros e jardins) criam-se redes de transportes públicos (elétricos e metropolitanos). Neste processo, a cidade expande-se em extensão (ou em altura, com os primeiros arranha-céus, EUA), relegando as “classes perigosas” para a periferia.
2- proporcionar condições de vida mais dignas para os proletários, em geral provincianos desenraizados cujos filhos (a prole) trabalhavam arduamente para aumentar o rendimento doméstico. Vários urbanistas, preocupados com os problemas sociais que atribuíam à deficiente habitação operária, procuraram soluções ideais para integrar harmoniosamente o operário no espaço industrial. Ficaram conhecidos por urbanistas utópicos.

sábado, 25 de agosto de 2012

CLASSES: ALTA, MÉDIA E BAIXA

Classe alta: Alta burguesia
No século XIX, a alta burguesia conquistou, finalmente, um poder equiparável ao seu estatuto económico: além de controlar os pontos-chave da economia (bancos, transportes, indústrias) exercia cargos na política (de deputado, de ministro).
A alta burguesia habitava em ricas e luxuosas moradias, rodeadas de jardins.
Os seus divertimentos eram dar um passeio pelo jardim – passeio público, ir ao teatro, à ópera e ao café. Porém, ao nível dos comportamentos, a nobreza continuava a ser o modelo: para afirmar o seu poder, os burgueses de negócios tentavam aproximar-se da aristocracia (compravam castelos e mansões, casavam os herdeiros com membros da velha nobreza, organizavam bailes e caçadas).
No entanto, pouco a pouco a burguesia foi definindo e impondo os seus próprios valores – tais como o apreço pelo trabalho, o sentido de poupança, a perseverança e a solidariedade familiar.
Passou, então, a demonstrar orgulho pelo estilo de vida burguês.

  • Alta burguesia empresarial e financeira domina a sociedade oitocentista e contemporânea. Poder económico, político e influência social atribuem-lhe grande importância na tomada de decisões políticas. Muito influente nos países mais modernizados e industrializados, encontra dificuldades  em se impor nos países mais tradicionalistas e da periferia europeia. Valores tradicionais, família, trabalho, respeitabilidade, êxito individual, persistência. Empresários, comerciantes. Grande desenvolvimento dos sectores secundário e terciário e das profissões urbanas.
Classe Média: Classes médias (média e baixa burguesia)
As classes médias constituem o grupo mais heterogéneo e socialmente flutuante da sociedade industrial. Englobam o conjunto das profissões que não dependem do trabalho físico, isto é, o chamado setor dos serviços.
Por vezes chamados de colarinhos brancos, devido ao sua forma de vestir (camisas brancas sempre em serviço).
-Pequenos empresários da indústria
-Empregados comerciais
-Profissionais liberais
As classes médias eram acérrimas defensoras dos valores da burguesia, no intuito de permanecerem dentro dessa classe social.
Tornaram-se, assim, as classes mais conservadoras.

Classes médias conservadoras, o desenvolvimento das classes médias urbanas está ligado ao grande desenvolvimento do sector terciário. Apostando na permeabilidade social, possível nesta sociedade liberal, as classes médias são geralmente de origem humilde quando não é rural e aspiram à promoção social. As classes médias são heterogéneas: além de empregados de loja, armazéns, funcionários dos serviços e do Estado, são advogados, farmaceuticos, médicos, oficiais militares, engenheiros, intelectuais e artistas. A sua autoridade e estatuto derivava da sua preparação académica e preparação técnica. A sua importância política derivava do seu número e importância em termos eleitorais. Geralmente mais esclarecidos que a maioria da população o seu voto era importante dado o seu pendor conservador, sendo uma classe decisiva na contagem de votos para determinar vencedores nos países onde o sufrágio universal se implantou. Vocação conservadora das classes médias: sentido da ordem, estatuto, hierarquias, rejeição do estilo reivindicativo do operariado. Valores da familia, religião, respeitabilidade. 

Classe Baixa: Proletariado
A aplicação do liberalismo económico nos países industrializados, ao estabelecer a não intervenção do Estado, deixou os operários à mercê das regras do mercado.
O proletário é aquele que não tem qualquer poder sobre a produção. Ele apenas tem os seus filhos (a sua prole) e um salário pelo seu trabalho.
Trabalhavam de 15 ou mais horas por dia.
A sua alimentação era pobre. Os mais necessitados chegavam a passar fome.
O seu vestuário era simples e adaptado à profissão.
Problemas do proletariado:
-Ausência de redes de solidariedade
-Elevado risco de acidentes de trabalho e de doenças profissionais
-Ausência de medidas de apoio social
-Proibição e repressão de todo o tipo de reivindicação social
-Contratação de mão de obra infantil e feminina por ser mais barata
-Espaços de trabalho pouco saudáveis
-Espaços de habitação sobrelotados e insalubres
-Pobreza extrema e todos os problemas a esta associados (prostituição, crimes, doenças, consumo elevado de bebidas alcoólicas, mendicidade)

Operariado
O operariado nasceu com a revolução industrial. Designado de proletariado, o operariado apenas dispõe da sua força de trabalho para sobreviver numa época em que todos os bens são permutados por meio de dinheiro e quando os trabalhadores apenas dispõem do trabalho para o obterem. 

O operariado surgido na Inglaterra quando acorria às cidades em busca de trabalho após se verem sem saídas no mundo rural, procurava meios de subsistência e estavam sujeitos à exploração dos donos das fábricas. Eram sujeitos a péssimas condições de trabalho, salários baixos, longos horários de trabalho de 12 e 16 horas sem feriados, férias ou descanso. 

No mundo do liberalismo económico o trabalho e o salário eram precários, dependendo apenas da força de trabalho e da oferta. Além dos homens, também as crianças e as mulheres entraram no mundo industrial devido ao facto de lhes serem pagos salários menores em trabalhos que não requeriam grande força física. 

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Telegrama de Serpa Pinto ao Rei D. Luis (1879)


Telegrama de Serpa Pinto ao Rei D. Luis (1879)
"Beijo a mão a El-Rei. Estou a seis dias do mar Índico, em vésperas de concluir a minha travessia de África, feita na costa oeste. Lutei com a fome e a sede, feras e gentios, água e secura e tudo pude vencer. Trabalhos salvos: vinte cartas geográficas, estudos meteorológicos, três volumes de desenhos, avultado diário. Perdi muita gente. Estudo completo do Alto Zambeze, setenta e duas cataratas. Guerras constantes. Escrevo pelo correio."
 Telegrama de Serpa Pinto ao rei D. Luís (adaptação)

Viagem de exploração de Angola a Moçambique (1877)


Viagem de exploração de Angola a Moçambique (1877)
 "A 25 de abril pela manhã, avistámos ao longe uma serrania que soubemos ser a Quiropória e que o grande Zambeze prolonga pelo sul. Com o coração palpitante, para diante rompemos. Queríamos ser os primeiros a ver e a saudar o colosso que atravessa uma das mais ricas províncias africanas. Cerca de 700 milhas ainda iam dali ao mar. Um fardo com seis peças de fazenda e meia lata de chá era tudo quanto possuíamos e, sem embargo, nada nos afligia. Ofegantes, não parávamos (…) o grande rio parecia fugir de nós e como sempre que muito se anseia por atingir um ponto (…) as horas pareciam séculos. Finalmente eram três horas (…) quando (…) descobrimos o colosso (…) Aos nossos pés, rasgada por fundos sulcos, caía quase a prumo a encosta da serra (…) Em baixo (…) serpeava o Zambeze, resplandecente à luz do sol, com o leito semeado de ilhas e as várzeas cobertas de verdura (…)"
 Hermenegildo Capelo e Roberto Ivens em De Angola à Contracosta (adaptação)

Ultimato de Inglaterra (1890)


Ultimato de Inglaterra (1890)
"(…) o governo de Sua Majestade deseja (…) que se enviem ao Governador de Moçambique instruções telegráficas imediatas para que todas e quaisquer forças militares portuguesas atualmente no Chire e nos países dos Macololos e Machones se retirem (…) Mr. Petre ver-se-á obrigado, à vista das suas instruções, a deixar imediatamente Lisboa com todos os membros da sua delegação se uma resposta satisfatória à precedente intimação não for por ele recebida esta tarde (…)"
 Ultimato Inglês (adaptação)

Partida da Corte para o Brasil (1807)


Partida da Corte para o Brasil (1807)
"Vejo que pelo interior do meu Reino, marcham tropas do Imperador da França e Rei de Itália (…) e que as mesmas se dirigem a esta capital (…) Conhecendo eu igualmente que elas se dirigem particularmente contra a Minha Real Pessoa e que os meus Reais Vassalos serão menos inquietados ausentando-me eu deste Reino, tenho resolvido (…) passar com a Rainha (…) e toda a Real Família para os Estados da América e estabelecer-me na cidade do Rio de Janeiro até à paz geral (…)" Carta de D. João VI (adaptação)
 "As bagagens da Corte, expostas ao tempo e quase abandonadas, ocupavam desde a rua da Junqueira até ao Cais e as carruagens não puderam entrar no Largo de Belém porque (…) o imenso povo que estava no largo, as bagagens e o regimento de Alcântara que faziam a guarda de honra impediam o trânsito (…) Por uma salva da esquadra soubemos que Sua Alteza tinha chegado a bordo. A maior parte das famílias, em consequência da confusão que reinava, dividiam-se embarcando no primeiro navio que encontravam; as bagagens ficavam em terra e muita da que embarcou foi em navios aonde não iam os seus donos (…)"
 Memórias do Marquês da Fronteira e de Alorna (adaptação)

Proclamação da República (1910)


Proclamação da República (1910)
 "O Governo Provisório da República Portuguesa saúda as forças de terra e mar, que com o Povo instituiu a República para felicidade da Pátria. Confio no patriotismo de todos. E porque a República para todos é feita, espero que os oficiais do Exército e da armada que não tomaram parte no movimento se apresentem no Quartel General, a garantir por sua honra a mais absoluta lealdade ao novo regime."
 Edital da Proclamação da República , 5 de outubro de 1910 (adaptação)
 "(…) Hoje, 5 de outubro de 1910, às onze horas da manhã foi proclamada a República em Portugal na Sala Nobre do Município de Lisboa, após ter terminado o movimento da revolução Nacional. Constituiu-se de imediato o Governo Provisório sob a Presidência do Dr. Teófilo Braga (…)"
 Diário do Governo (adaptação)

SOULT:Segunda Invasão Francesa (1809)


Segunda Invasão Francesa (1809)
 "A 19 de março de 1809, entrava em Chaves, primeira cidade desta fronteira. A nossa marcha de Chaves sobre Braga foi um combate contínuo (…) Uma nação inteira e todos os habitantes, homens, mulheres, crianças, velhos e padres estavam em armas, as aldeias abandonadas, os desfiladeiros guardados. Havia fanáticos que se atiravam para o meio das colunas francesas onde encontravam a morte (…) E a minha vanguarda era dia e noite perseguida a todos os momentos; nuvens de camponeses e milicianos armados renovavam os que atacavam. Toda esta gente parecia realmente tomada pela fúria desesperada (…)"
Memórias do General Soult (adaptação)

Reconhecimento da Independência do Brasil (1822)


Reconhecimento da Independência do Brasil (1822)
 "Sua Majestade Fidelíssima reconhece o Brasil na categoria de Império Independente e separado dos reinos de Portugal e Algarves, e a seu sobre todos muito amado e prezado filho D. Pedro por Imperador, cedendo e transferindo de sua livre vontade a soberania do dito Império ao mesmo seu filho, e a seus legítimos sucessores. Sua Majestade Fidelíssima toma somente, e reserva para sua pessoa, o mesmo título (…)"
Simão José da Luz Soriano em História da Guerra Civil (adaptação)

Grito do Ipiranga (1822)


Grito do Ipiranga (1822)
"Ordenou D. Pedro à escolta que fizesse alto nas margens do Rio Ipiranga (…) E, para toda aquela gente, que tem nele os olhos em pasmo, exclamou D. Pedro: — Camaradas! As Cortes de Lisboa querem mesmo escravizar o Brasil. Estamos definitivamente separados de Portugal! E, estendendo a espada, repete com toda a força dos seus robustos pulmões: — Independência ou morte!"
Rocha Pombo em História do Brasil (adaptação)

Declaração de Independência dos Estados Unidos da América (1776)

DECLARAÇÃO DE INDEPENDÊNCIA
 Declaração da Independência dos E.U.A. (1776).
Determinação do Segundo Congresso Continental, 4 de julho de 1776
Declaração unânime dos treze Estados Unidos da América
Quando, no decurso da História do Homem, se torna necessário a um povo quebrar os elos políticos que o ligavam a um outro e assumir, de entre os poderes terrenos, um estatuto de diferenciação e igualdade ao qual as Leis da Natureza e do Deus da Natureza lhe conferem direito, o respeito que é devido perante as opiniões da Humanidade exige que esse povo declare as razões que o impelem à separação.
 Consideramos estas verdades por si mesmo evidentes, que todos os homens são criados iguais, sendo-lhes conferidos pelo seu Criador certos Direitos inalienáveis, entre os quais se contam a Vida, a Liberdade e a busca da Felicidade.
Que para garantir estes Direitos, são instituídos Governos entre os Homens, derivando os seus justos poderes do consentimento dos governados.
Que sempre que qualquer Forma de Governo se torne destruidora de tais propósitos, o Povo tem Direito a alterá-la ou aboli-la, bem como a instituir um novo Governo, assentando os seus fundamentos nesses princípios e organizando os seus poderes do modo que lhe pareça mais adequado à promoção da sua Segurança e Felicidade.
É verdade que a sensatez aconselha que não se substituam Governos há muito estabelecidos por razões levianas e momentâneas; e de facto a experiência mostra-nos que, enquanto lhe for possível suportar as contrariedades, a Humanidade está mais disposta a sofrer do que a reparar os erros abolindo as formas a que se habituaram.
Mas quando um extenso rol de abusos e usurpações, invariavelmente com um mesmo Objectivo, evidencia a intenção de o enfraquecer sob um Despotismo absoluto, é seu direito, é seu dever, destituir tal Governo e nomear novos Guardas para a sua segurança futura.
 Tal tem sido o paciente sofrimento destas Colónias; e tal é agora a necessidade que as obriga a alterar os seus anteriores Sistemas de Governo.
A história do atual Rei da Grã-Bretanha é uma história de sucessivas injúrias e usurpações, todas com o Objectivo último de estabelecer um regime absoluto de Tirania sobre estes Estados.
Para provar tudo isto, que se apresentem os factos perante o Mundo honesto.
 Ele recusou a Aprovação de Leis, as mais favoráveis e necessárias ao bem comum.
Proibiu os seus Governadores de aprovar Leis de importância imediata e premente, suspendendo a sua aplicação até que estas obtivessem a sua aprovação; e ao suspendê-las deste modo, negligenciou claramente a atenção que lhes era devida.
 Recusou aprovar outras Leis para a fixação de grandes áreas populacionais, exceto no caso dessas pessoas prescindirem do direito de Representação nos Corpos Legislativos, um direito inestimável para elas e terrível apenas para os Tiranos.
 Convocou os Corpos Legislativos para lugares invulgares, desconfortáveis e distantes do arquivo dos Registos públicos, com o intento único de, vencidos pelo cansaço, os induzir a aceitar as suas disposições.
Dissolveu repetidamente as Câmaras dos Representantes por estas se oporem com grande determinação às suas investidas sobre os direitos do povo. Após tais dissoluções, recusou durante muito tempo a eleição de novas Câmaras; por essa razão, os Poderes Legislativos, insuscetíveis de extinção, regressaram ao Povo para que este os exercesse; entretanto, o Estado permanecia vulnerável a todos os perigos de invasão exterior, bem como de convulsões internas.
Fez o possível para impedir o povoamento destes Estados; com essa finalidade, embargou as Leis de Naturalização de Estrangeiros; recusou aprovar outras leis que estimulassem a migração para o nosso território e agravou as condições para novas Apropriações de Terras.
Obstruiu a Aplicação da Justiça, recusando a Aprovação de Leis que estabelecessem Poderes Judiciais.
 Fez depender os Juízes apenas e só da sua Vontade para o exercício dos seus cargos públicos, assim como para o valor e pagamento dos seus salários. Instituiu uma multiplicidade de Novos Cargos Públicos, tendo enviado um batalhão de Funcionários para atormentar o nosso povo e sorver a sua substância.
 Manteve no nosso seio, em tempo de paz, Exércitos Permanentes, sem o Consentimento dos nossos Corpos Legislativos.
Tornou a Força Militar independente e superior ao Poder Civil.
Aliou-se a terceiros para nos submeter a uma jurisdição que não se enquadra na nossa Constituição e que não é reconhecida pelas nossas Leis, tendo dado a sua Aprovação às supostas Leis daí resultantes, as quais:
Autorizam o aquartelamento grandes corporações de forças armadas entre nós;
As eximem, por meio de simulacros de julgamentos, do castigo por quaisquer Assassínios que venham a cometer sobre os Habitantes destes Estados;
Asfixiam as nossas Relações Comerciais com todas as partes do mundo;
 Impõem-nos Impostos sem o nosso Consentimento;
 Privam-nos, em muitos casos, das vantagens de um Julgamento com Jurados;
Permitem que nos levem para além-mar, onde somos julgados por supostos delitos;
Abolem o livre Sistema das Leis Inglesas numa Província vizinha, estabelecendo ali um Governo Arbitrário, e alargando as suas fronteiras, por forma a utilizá-la prontamente como um exemplo e um ótimo instrumento para a introdução das mesmas regras despóticas nestas Colónias;
Anulam as nossas concessões de privilégios, abolindo as nossas Leis mais valiosas e alterando profundamente a Forma dos nossos Governos;
Suspendem os nossos próprios Corpos Legislativos, permitindo que outros se declararem investidos com o poder de legislar em nosso nome, em toda e qualquer circunstância.
 Ele abdicou do Governo neste território, tendo-nos declarado fora da sua Proteção e fazendo Guerra contra nós. Saqueou os nossos mares, pilhou as nossas Costas, queimou as nossas cidades e destruiu as vidas do nosso povo.
Encontra-se neste momento a transportar grandes Exércitos de Mercenários estrangeiros para completar a obra de morte, desolação e tirania já anteriormente iniciada, com requintes de Crueldade e Perfídia sem paralelo mesmo nas Eras mais bárbaras, sendo absolutamente indigno de exercer o cargo de Chefe de uma nação civilizada.
Obrigou os nossos Concidadãos que foram levados como Prisioneiros para alto mar a pegar em Armas contra o seu País, a tornarem-se os carrascos dos seus amigos e irmãos, ou a sucumbirem eles próprios nas suas mãos.
Instigou insurreições internas entre nós, tendo procurado provocar os habitantes das nossas fronteiras, os impiedosos Selvagens Índios, cujo conhecido permanente estado de guerra, representa a destruição indiscriminada das pessoas de quaisquer idades, sexo e condições.
Enquanto suportávamos tais Opressões, nos mais humildes termos lançámos Apelos para que reconsiderasse. Aos nossos sucessivos Apelos respondeu apenas com injúrias acrescidas.
Um Soberano cujo carácter fica assim marcado pelo modo de ação que define um Tirano, não serve como governante de um povo livre.
Não deixámos de dar a devida atenção aos nossos irmãos britânicos.
De tempos a tempos, avisámo-los das tentativas por parte dos seus corpos legislativos para estender uma jurisdição injustificável sobre nós.
Lembrámo-lhes as circunstâncias da nossa emigração e colonização deste território.
Apelámos à sua justiça e magnanimidade inerentes, rogando-lhes que, face à origem comum que nos une, negassem estas usurpações, pois estas haveriam inevitavelmente de conduzir à extinção das nossas relações e ligação.
Não deram igualmente ouvidos à voz da justiça e da consanguinidade.
Temos pois que reconhecer a necessidade da nossa separação, pelo que os consideraremos, tal como o resto da Humidade, Inimigos na Guerra, Amigos na Paz.
 Assim sendo, nós, Representantes dos ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA, reunidos em Congresso Geral, suplicando ao Juiz Supremo do mundo pela retidão das nossas intenções, em nome e com a autoridade que o nobre Povo destas Colónias nos conferiu, anunciamos e declaramos solenemente que estas Colónias Unidas são e devem ser por direito ESTADOS LIVRES E INDEPENDENTES; que ficam exoneradas de toda a Fidelidade perante a Coroa Britânica e que qualquer vínculo político entre elas e o Estado da Grã-Bretanha é e deve ser totalmente dissolvido; e que, na qualidade de ESTADOS LIVRES E INDEPENDENTES, assiste-lhes toda a competência para declarar Guerra, assinar a Paz, contrair Alianças, estabelecer Relações Comerciais e levar a cabo quaisquer decisões ou ações, tal como compete aos ESTADOS INDEPENDENTES. E para sustentação desta Declaração, confiando plenamente na proteção da Divina Providência, empenhamos mutuamente as nossas Vidas, os nossos Bens e a nossa Honra sagrada.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

JUNOT: 1ª INVASÃO FRANCESA


Manifesto de Junot aos portugueses (1807)
 "Habitantes do Reino de Portugal: Um exército francês vai entrar no vosso território (…) para vos tirar do domínio inglês e (…) livrar a vossa bela cidade de Lisboa (…) Habitantes pacíficos dos campos, nada receeis. O meu exército é tão bem disciplinado como valoroso (…)"
 O primeiro manifesto de Junot aos Portugueses (adaptação)

CAMINHO DE FERRO EM PORTUGAL


Inauguração do caminho de ferro (1856)

 "Grande acontecimento, o caminho de ferro! A vantagem da sua construção em Portugal fora discutidíssima (…) era curioso ouvir nos serões lá de casa as diversas opiniões (…) a Nação ia gastar montes de libras e um país que possuía o Tejo e o Douro não precisava de mais nada. Os rios eram muito mais seguros e muito mais baratos (…) Em todo o caso, a maioria era pelo caminho de ferro (…) Chegou, enfim, o solene dia da inauguração (…) Murmurava-se insistentemente que a ponte de Sacavém não podia resistir ao peso. Finalmente avistámos ao longe um fuminho branco (…) Quando o comboio se aproximou vimos que trazia menos carruagens do que supúnhamos. Vinha festivamente engalanado o vagão em que viajava El-Rei D. Pedro V. O comboio parou um momento na estação de onde se ergueram girândolas de foguetes: vimos El-Rei debruçar-se um instante e fazer-nos uma cortesia (…) Só no dia seguinte ouvimos contar certas peripécias dessa jornada da inauguração. A máquina, das mais primitivas, não tinha força para puxar todas as carruagens que lhe atrelaram e fora-as largando ao longo da linha (…) Passaram muita fome os que ficaram pelo caminho (…) semeados pela linha, só chegaram alta noite a Lisboa depois de variadíssimas aventuras (…) Até andou gente com archotes pela linha, à procura dos náufragos do progresso."

Testemunho da Marquesa do Cadaval (adaptação)

CONVENÇÃO DE ÉVORA-MONTE


Convenção de Évora-Monte (1834)
 "Sua Majestade Imperial o Senhor D. Pedro, Duque de Bragança, regente em nome da Rainha, a senhora Dona Maria II, movido o desejo de que, quanto antes, termine a efusão de sangue português e se pacifique completamente o Reino, outorga às forças reunidas em Évora e em todos os demais pontos da Monarquia, assim como a todos os indivíduos que se submeterem à obediência da Rainha (…) o seguinte:
Art.º 1 - Concede-se amnistia geral por todos os delitos políticos cometidos desde o dia 31 de julho de 1826.
Art.º 2 - Quaisquer amnistiados nacionais ou estrangeiros poderão livremente sair de Portugal e dispor dos seus bens (…)
Art.º 5 - Assegura-se ao Senhor D. Miguel a pensão anual de 60 contos de réis, atendendo à elevada categoria em que nasceu.
Art.º 6 - Poderá embarcar em um navio de guerra de qualquer das Potências (…) afiançando-se-lhe toda a segurança para a sua pessoa e comitiva.
 Art.º 7 - O Senhor D. Miguel se obrigará a sair de Portugal no prazo de 15 dias com a declaração que nunca mais voltará a parte alguma da Península da Espanha ou dos Domínios Portugueses, nem por modo algum concorrerá para perturbar a tranquilidade destes reinos; em caso contrário perderá o direito à pensão estabelecida e ficará sujeito às demais consequências do seu procedimento.
 Art.º 8 - As tropas que se acharem ao serviço do Senhor D. Miguel entregarão as armas no depósito que lhes for indicado. (…) E por ser assim concertado, os marechais comandantes dos exércitos da rainha e o comandante das forças reunidas em Évora o assinaram."
Convenção de Évora-Monte (adaptação)

ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA EM PORTUGAL



Abolição da escravatura (1869)
 "Fica abolido o estado de escravidão em todos os territórios da monarquia portuguesa desde o dia da publicação do presenteDecreto. Todos os indivíduos dos dois sexos, sem exceção alguma, que no mencionado dia se acharem na condição de escravospassarão à de libertos e gozarão de todos os direitos e ficarão sujeitos a todos os deveres concedidos e impostos aos libertos peloDecreto de 19 de dezembro de 1854."
 D. Luís, Diário do Governo em 27 de fevereiro de 1869 (adaptação)

DESPOTISMO ILUMINADO OU ESCLARECIDO

O despotismo iluminado (ou esclarecido) foi a forma de poder real praticada no século XVIII em várias regiões da Europa, nomeadamente:
- na Prússia, com Frederico II
-na Áustria, com José II;
-na Rússia, com Catarina II;
-na Suécia, com Gustavo III;
-em Portugal, com D. José I.
Sob o despotismo iluminado ou esclarecido, o rei tinha poder absoluto (era um déspota), mas justificava a sua autoridade através do pensamento iluminista (A RAZÃO).
O rei, iluminado pela razão e apoiado pelos filósofos iluministas, propunha-se reorganizar o reino para o bem público e o progresso. Daí o lema ser “Tudo pelo povo, mas sem o povo”, com a instrução do povo.
Este regime permitiu, por um lado, o reforço do poder que os monarcas pretendiam e, por outro lado, a aplicação prática dos princípios iluministas desejada pelos filósofos.

FILÓSOFOS ILUMINISTAS

Destacam-se os seguintes pensadores iluministas pela sua perspectiva revolucionária de encarar o homem e a sociedade
1. Jean-Jacques Rousseau defende a soberania (poder político) do povo. É o povo que, de livre vontade, transfere o seu poder para os governantes mediante um pacto (ou contrato social). Consegue, desta forma, respeitar a vontade da maioria sem perder a sua liberdade. Em troca, os governantes têm de actuar com justiça, sob pena de serem depostos. (obra de referência: O Contrato Social).
2. Montesquieu defende a doutrina da separação dos poderes (legislativo, executivo e judicial) como garantia de liberdade dos cidadãos. (obra de referência: O Espírito das Leis).
3. Voltaire entre outras contribuições importantes para o Iluminismo, defende a tolerância religiosa e a liberdade de consciência: a religião que criou, o deísmo, rejeita as religiões instituídas, centrando-se na adoração de um Deus bom, justo e poderoso, criador do Universo. (obra de referência: Tratado sobre a Tolerância).
Estas ideias foram aplicadas na prática, nas revoluções liberais, sob a forma das constituições.

MÉTODO EXPERIMENTAL E A REVOLUÇÃO CIENTÍFICA- SÉCULO XVII

 
MÉTODO EXPERIMENTAL
Foi Francis Bacon, na sua obra Novum Organum (1620), quem expôs as etapas do método indutivo ou experimental, valorizando a realização de experiências apoiadas num “método seguro e fixo”. Este método compreendia várias etapas:

1. Observação;
2. Formulação de hipóteses;
3. Repetição das experiências;
4. Determinação de leis gerais.
Este “método da experiência” de Francis Bacon foi reforçado pelo ”método da dúvida” defendido por René Descartes na obra O Discurso do Método, a qual estabelecia o primado do pensamento racionalista. A aplicação do método experimental de Bacon e da dúvida metódica de Descartes à ciência marca uma rutura fundamental a que chamamos “revolução científica”: é a tentativa de apartar a superstição da verdade comprovável, de substituir a credulidade pela investigação.

MERCANTILISMO: FRANÇA-INGLATERRA-PORTUGAL

MERCANTILISMO: FRANÇA
O mercantilismo francês foi implementado por Colbert (ministro do rei Luís XIV no século XVII).
A sua política económica, muito dirigista, concedeu o principal relevo ao desenvolvimento das manufacturas como meio de substituir as importações de produtos estrangeiros (da Holanda, da Alemanha, da Itália, etc.) por produtos franceses. O Colbertismo salientou-se, ainda, pelo desenvolvimento da frota mercante e da marinha de guerra e pela criação de companhias monopolistas (associações económicas que tinham o direito exclusivo de comerciar numa dada zona).
MERCANTILISMO: INGLATERRA
Oliver Cromwell (chefe do governo republicano inglês entre 1649 e 1658) encarnou uma faceta do mercantilismo mais flexível, porém, igualmente empenhada na supremacia da economia nacional. As suas medidas económicas centraram-se na valorização da marinha e do setor comercial, através da publicação dos Atos de Navegação.
O sistema financeiro favoreceu o sucesso inglês através das seguintes instituições:
- Bolsa de Londres
-Banco de Inglaterra.
MERCANTILISMO: PORTUGAL
As ideias mercantilistas já haviam chegado a Portugal através da obra de Duarte Ribeiro de Macedo (embaixador em Paris) Discursos sobre a Introdução das Artes no Reyno (1675).
No entanto, foi o Conde da Ericeira (vedor da Fazenda de D. Pedro II, a partir de 1675) quem, actuando como um “Colbert português”, impôs, na prática, a adopção do mercantilismo .
De acordo com o modelo francês, deu um forte impulso às manufacturas para atingir uma balança comercial positiva. As principais medidas do conde da Ericeira foram:
-Estabelecimento de fábricas com privilégios
-Contratação de artífices estrangeiros
-Proteção da produção nacional ( Leis Pragmáticas)
-Desvalorização monetária
-Criação de companhias monopolistas