O Banco de Amesterdão foi fundado, em 1609, para ser um lugar seguro de depósitos dos lucros e para servir de recurso a empréstimos para investir no comércio, atraindo, também, capitais estrangeiros devido à oferta de um sistema de letras de câmbio (forma de pagamento em qualquer parte). Isto permitiu revalorizar a moeda holandesa, o florim, e criar uma enorme confiança no seu Banco.
Bolsa de Valores de Amesterdão
A utilização da Bolsa de Valores holandesa vinha já da Idade Média, de Bruges e de Antuérpia. A de Amesterdão atingiu ainda melhores resultados pelo facto da Holanda se ter tornado o principal centro comercial e financeiro da Europa no século XVII.
Aí transaccionavam-se as acções das Companhias Monopolistas e os grandes negócios europeus, cotavam-se as moedas e os preços das mercadorias e faziam-se contratos de seguro, movimentavam-se os lucros de comercialização à escala mundial (sendo os Holandeses os seus principais responsáveis).
"Em 20 de Março de 1602, quando prosseguia a guerra das Províncias Unidas com Espanha, assinou-se em Amesterdão o documento de criação da (...) Companhia Reunida das Índias Orientais. (...) O capital da nova companhia era enorme: 6 459 840 florins. Que diferença em relação ao da primeira companhia que se tinha constituído secretamente, oito anos antes, na casa do mercador de vinhos Martin Spil, para lançar para as Índias Orientais uma expedição comercial com quatro navios: 290 000 florins! Durante estes oito anos, surgiram outras sociedades. Agora a fusão entre todas as companhias, com a intervenção do Estado, criava uma potência económica de dimensões mundiais. (...) A Companhia conseguiu a conquista económica dos mercados da Ásia; o extraordinário conhecimento destes mercados permitiu aos holandeses exercer o papel de intermediários tanto entre os distintos países asiáticos como até para os países europeus. Foram eles quem destituíram venezianos e portugueses, e levaram à Europa a pimenta, as especiarias finas, os tecidos de telas distintas, as sedas, as drogas e as plantas tintureiras. (...) Por outro lado, o monopólio destes géneros permitia aos holandeses introduzirem-se em todos os portos da Europa e aproveitarem-se da situação para impôr o tráfico de outros produtos (trigo, vinhos, metais, madeiras, couros, lãs, panos...). Calcula-se que em 1650, os 2 000 navios das Províncias Unidas, na sua maioria de tonelagem elevada, representavam três quartos do total da frota europeia."
Adaptado de BENNASSAR, Bartolomé - La Europa del Siglo XVII, Anaya.
As Companhias Comerciais Holandesas
De modo a organizar o comércio internacional, os Holandeses criaram as Companhias Monopolistas, isto é, associações comerciais, de modo a reunir avultados capitais para grandes negócios, a que o Estado confere direitos de exclusividade sobre determinado produto e/ou área de comércio. Elas representavam o seu país, formadas por investidores que aí colocavam os seus capitais, sob a forma de acções (recebendo apenas os lucros dos investimentos), para rentabilizarem as suas fortunas, e através das quais realizavam tratados e conquistavam territórios.
Companhia das Índias Orientais (1602): recebeu o monopólio/exclusividade do comércio no Oceano Índico e podia armar frotas e equipar um exército para a sua defesa e até fazer conquistas.
Companhia das índias Ocidentais (1612): deteve o monopólio dos mercados no Oceano Atlântico, nas costas da África Ocidental e do nordeste brasileiro e Antilhas.
"Era inevitável que os holandeses se unissem na concorrência pelo comércio Oriental. Marinheiros intrépidos e excelentes construtores de barcos, possuíam uma enorme frota mercante e controlavam grande parte do comércio ao largo da costa da Europa, desde Espanha no sul até ao mar Báltico no norte. O seu poderio marítimo em grande medida devia-se à escassez e ao elevado preço da terra na Holanda. Noutros países as pessoas que tinham dinheiro para investir colocava-o em bens imobiliários, mas na Holanda investiam as suas poupanças na frota e nas empresas comerciais a curto prazo.Os holandeses conheciam bastante as operações comerciais dos portugueses no Oriente, principalmente pelos holandeses recrutados no serviço português.. O mais influente destes era o geógrafo Jan Huyghen van Linschoten, que a meados da década de 1590 publicou duas importantes obras que, no seu conjunto, resultaram ser um programa detalhado para qualquer pessoa que desejasse desmantelar o monopólio português. Um era um livro de directrizes de navegação para as águas orientais e o outro era o seu diário, que incluía um completo catálogo de possessões portuguesas no Oriente, demonstrando a falsidade da afirmação de Portugal de ser o senhor da "conquista, navegação e do comércio na Etiópia, a Índia, Arábia e Pérsia". Na verdade tinham-se estabelecido nesses países, mas a sua presença neles, revelou Linschoten, consistia meramente em poucos postos comerciais tolerados pelos governos locais. Os seus escritos rapidamente traduziram-se para latim, inglês, alemão e francês, e foram fundamentais para persuadir muitos comerciantes europeus a considerar em arriscar o seu dinheiro numa aventura no Oriente.Em Março de 1594 nove comerciantes holandeses estabeleceram uma Companhia de Terras Longínquas em Amesterdão para financiar uma viagem às Índias Orientais em busca de especiarias."
Traduzido de La Aventura del Mar – Los hombres de las Indias Orientales I, Time Life, Ed. Folio
Bolsa de Valores de Amesterdão
A utilização da Bolsa de Valores holandesa vinha já da Idade Média, de Bruges e de Antuérpia. A de Amesterdão atingiu ainda melhores resultados pelo facto da Holanda se ter tornado o principal centro comercial e financeiro da Europa no século XVII.
Aí transaccionavam-se as acções das Companhias Monopolistas e os grandes negócios europeus, cotavam-se as moedas e os preços das mercadorias e faziam-se contratos de seguro, movimentavam-se os lucros de comercialização à escala mundial (sendo os Holandeses os seus principais responsáveis).
"Em 20 de Março de 1602, quando prosseguia a guerra das Províncias Unidas com Espanha, assinou-se em Amesterdão o documento de criação da (...) Companhia Reunida das Índias Orientais. (...) O capital da nova companhia era enorme: 6 459 840 florins. Que diferença em relação ao da primeira companhia que se tinha constituído secretamente, oito anos antes, na casa do mercador de vinhos Martin Spil, para lançar para as Índias Orientais uma expedição comercial com quatro navios: 290 000 florins! Durante estes oito anos, surgiram outras sociedades. Agora a fusão entre todas as companhias, com a intervenção do Estado, criava uma potência económica de dimensões mundiais. (...) A Companhia conseguiu a conquista económica dos mercados da Ásia; o extraordinário conhecimento destes mercados permitiu aos holandeses exercer o papel de intermediários tanto entre os distintos países asiáticos como até para os países europeus. Foram eles quem destituíram venezianos e portugueses, e levaram à Europa a pimenta, as especiarias finas, os tecidos de telas distintas, as sedas, as drogas e as plantas tintureiras. (...) Por outro lado, o monopólio destes géneros permitia aos holandeses introduzirem-se em todos os portos da Europa e aproveitarem-se da situação para impôr o tráfico de outros produtos (trigo, vinhos, metais, madeiras, couros, lãs, panos...). Calcula-se que em 1650, os 2 000 navios das Províncias Unidas, na sua maioria de tonelagem elevada, representavam três quartos do total da frota europeia."
Adaptado de BENNASSAR, Bartolomé - La Europa del Siglo XVII, Anaya.
As Companhias Comerciais Holandesas
De modo a organizar o comércio internacional, os Holandeses criaram as Companhias Monopolistas, isto é, associações comerciais, de modo a reunir avultados capitais para grandes negócios, a que o Estado confere direitos de exclusividade sobre determinado produto e/ou área de comércio. Elas representavam o seu país, formadas por investidores que aí colocavam os seus capitais, sob a forma de acções (recebendo apenas os lucros dos investimentos), para rentabilizarem as suas fortunas, e através das quais realizavam tratados e conquistavam territórios.
Companhia das Índias Orientais (1602): recebeu o monopólio/exclusividade do comércio no Oceano Índico e podia armar frotas e equipar um exército para a sua defesa e até fazer conquistas.
Companhia das índias Ocidentais (1612): deteve o monopólio dos mercados no Oceano Atlântico, nas costas da África Ocidental e do nordeste brasileiro e Antilhas.
"Era inevitável que os holandeses se unissem na concorrência pelo comércio Oriental. Marinheiros intrépidos e excelentes construtores de barcos, possuíam uma enorme frota mercante e controlavam grande parte do comércio ao largo da costa da Europa, desde Espanha no sul até ao mar Báltico no norte. O seu poderio marítimo em grande medida devia-se à escassez e ao elevado preço da terra na Holanda. Noutros países as pessoas que tinham dinheiro para investir colocava-o em bens imobiliários, mas na Holanda investiam as suas poupanças na frota e nas empresas comerciais a curto prazo.Os holandeses conheciam bastante as operações comerciais dos portugueses no Oriente, principalmente pelos holandeses recrutados no serviço português.. O mais influente destes era o geógrafo Jan Huyghen van Linschoten, que a meados da década de 1590 publicou duas importantes obras que, no seu conjunto, resultaram ser um programa detalhado para qualquer pessoa que desejasse desmantelar o monopólio português. Um era um livro de directrizes de navegação para as águas orientais e o outro era o seu diário, que incluía um completo catálogo de possessões portuguesas no Oriente, demonstrando a falsidade da afirmação de Portugal de ser o senhor da "conquista, navegação e do comércio na Etiópia, a Índia, Arábia e Pérsia". Na verdade tinham-se estabelecido nesses países, mas a sua presença neles, revelou Linschoten, consistia meramente em poucos postos comerciais tolerados pelos governos locais. Os seus escritos rapidamente traduziram-se para latim, inglês, alemão e francês, e foram fundamentais para persuadir muitos comerciantes europeus a considerar em arriscar o seu dinheiro numa aventura no Oriente.Em Março de 1594 nove comerciantes holandeses estabeleceram uma Companhia de Terras Longínquas em Amesterdão para financiar uma viagem às Índias Orientais em busca de especiarias."
Traduzido de La Aventura del Mar – Los hombres de las Indias Orientales I, Time Life, Ed. Folio
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