quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

A Sociedade de Ordens

 
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 Uma Família de Camponeses, de Louis la Main (1600-1610) . . 

Verificámos que, quase por todo o lado, o número de famílias diminuiu. (…) Que lhes aconteceu? A miséria dissipou-as. Debandaram-se para pedir esmolas nas cidades e acabaram por morrer nos hospitais ou pelo caminho. Já não se vêem, nas aldeias e pequenas vilas, jogos ou divertimentos; tudo aqui desfalece; tudo está triste porque a alegria e o prazer só se encontram na abundância e eles mal conseguem sobreviver. De facto, já não há camponeses que tenham algum bem como próprio, o que é um grande mal. Um outro mal, muito pernicioso, é que quase não há trabalhadores equipados. Outrora, eles estavam fornecidos de tudo o que era necessário para a exploração das quintas (…). Hoje, só encontramos jornaleiros sem nada (…). Mas onde se pode conhecer, melhor que em qualquer outro lado, a miséria dos camponeses é nos seus lares, onde se encontra uma pobreza extrema. Dormem sobre a palha; não possuem outro vestuário senão o que trazem vestido e que se apresenta em péssimas condições; não possuem móveis nem qualquer outro equipamento para a vida: enfim, tudo neles representa necessidade.

 “Mémoire des comissaires du roi Louis XIV sur la misère du peuple”, in Mémoires des Intendents sur l’ état des Généralités, 1687


 A partir da análise dos documentos, carateriza a sociedade do Antigo Regime, tendo em conta a composição e estatuto das ordens, a hierarquia social e suas expressões nos valores e comportamentos.

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