Viagem de exploração de Angola a Moçambique (1877)
"A 25 de abril pela manhã, avistámos ao longe uma serrania que soubemos ser a Quiropória e que o grande Zambeze prolonga pelo sul. Com o coração palpitante, para diante rompemos. Queríamos ser os primeiros a ver e a saudar o colosso que atravessa uma das mais ricas províncias africanas. Cerca de 700 milhas ainda iam dali ao mar. Um fardo com seis peças de fazenda e meia lata de chá era tudo quanto possuíamos e, sem embargo, nada nos afligia. Ofegantes, não parávamos (…) o grande rio parecia fugir de nós e como sempre que muito se anseia por atingir um ponto (…) as horas pareciam séculos. Finalmente eram três horas (…) quando (…) descobrimos o colosso (…) Aos nossos pés, rasgada por fundos sulcos, caía quase a prumo a encosta da serra (…) Em baixo (…) serpeava o Zambeze, resplandecente à luz do sol, com o leito semeado de ilhas e as várzeas cobertas de verdura (…)"
Hermenegildo Capelo e Roberto Ivens em De Angola à Contracosta (adaptação)
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