sábado, 25 de agosto de 2012

CLASSES: ALTA, MÉDIA E BAIXA

Classe alta: Alta burguesia
No século XIX, a alta burguesia conquistou, finalmente, um poder equiparável ao seu estatuto económico: além de controlar os pontos-chave da economia (bancos, transportes, indústrias) exercia cargos na política (de deputado, de ministro).
A alta burguesia habitava em ricas e luxuosas moradias, rodeadas de jardins.
Os seus divertimentos eram dar um passeio pelo jardim – passeio público, ir ao teatro, à ópera e ao café. Porém, ao nível dos comportamentos, a nobreza continuava a ser o modelo: para afirmar o seu poder, os burgueses de negócios tentavam aproximar-se da aristocracia (compravam castelos e mansões, casavam os herdeiros com membros da velha nobreza, organizavam bailes e caçadas).
No entanto, pouco a pouco a burguesia foi definindo e impondo os seus próprios valores – tais como o apreço pelo trabalho, o sentido de poupança, a perseverança e a solidariedade familiar.
Passou, então, a demonstrar orgulho pelo estilo de vida burguês.

  • Alta burguesia empresarial e financeira domina a sociedade oitocentista e contemporânea. Poder económico, político e influência social atribuem-lhe grande importância na tomada de decisões políticas. Muito influente nos países mais modernizados e industrializados, encontra dificuldades  em se impor nos países mais tradicionalistas e da periferia europeia. Valores tradicionais, família, trabalho, respeitabilidade, êxito individual, persistência. Empresários, comerciantes. Grande desenvolvimento dos sectores secundário e terciário e das profissões urbanas.
Classe Média: Classes médias (média e baixa burguesia)
As classes médias constituem o grupo mais heterogéneo e socialmente flutuante da sociedade industrial. Englobam o conjunto das profissões que não dependem do trabalho físico, isto é, o chamado setor dos serviços.
Por vezes chamados de colarinhos brancos, devido ao sua forma de vestir (camisas brancas sempre em serviço).
-Pequenos empresários da indústria
-Empregados comerciais
-Profissionais liberais
As classes médias eram acérrimas defensoras dos valores da burguesia, no intuito de permanecerem dentro dessa classe social.
Tornaram-se, assim, as classes mais conservadoras.

Classes médias conservadoras, o desenvolvimento das classes médias urbanas está ligado ao grande desenvolvimento do sector terciário. Apostando na permeabilidade social, possível nesta sociedade liberal, as classes médias são geralmente de origem humilde quando não é rural e aspiram à promoção social. As classes médias são heterogéneas: além de empregados de loja, armazéns, funcionários dos serviços e do Estado, são advogados, farmaceuticos, médicos, oficiais militares, engenheiros, intelectuais e artistas. A sua autoridade e estatuto derivava da sua preparação académica e preparação técnica. A sua importância política derivava do seu número e importância em termos eleitorais. Geralmente mais esclarecidos que a maioria da população o seu voto era importante dado o seu pendor conservador, sendo uma classe decisiva na contagem de votos para determinar vencedores nos países onde o sufrágio universal se implantou. Vocação conservadora das classes médias: sentido da ordem, estatuto, hierarquias, rejeição do estilo reivindicativo do operariado. Valores da familia, religião, respeitabilidade. 

Classe Baixa: Proletariado
A aplicação do liberalismo económico nos países industrializados, ao estabelecer a não intervenção do Estado, deixou os operários à mercê das regras do mercado.
O proletário é aquele que não tem qualquer poder sobre a produção. Ele apenas tem os seus filhos (a sua prole) e um salário pelo seu trabalho.
Trabalhavam de 15 ou mais horas por dia.
A sua alimentação era pobre. Os mais necessitados chegavam a passar fome.
O seu vestuário era simples e adaptado à profissão.
Problemas do proletariado:
-Ausência de redes de solidariedade
-Elevado risco de acidentes de trabalho e de doenças profissionais
-Ausência de medidas de apoio social
-Proibição e repressão de todo o tipo de reivindicação social
-Contratação de mão de obra infantil e feminina por ser mais barata
-Espaços de trabalho pouco saudáveis
-Espaços de habitação sobrelotados e insalubres
-Pobreza extrema e todos os problemas a esta associados (prostituição, crimes, doenças, consumo elevado de bebidas alcoólicas, mendicidade)

Operariado
O operariado nasceu com a revolução industrial. Designado de proletariado, o operariado apenas dispõe da sua força de trabalho para sobreviver numa época em que todos os bens são permutados por meio de dinheiro e quando os trabalhadores apenas dispõem do trabalho para o obterem. 

O operariado surgido na Inglaterra quando acorria às cidades em busca de trabalho após se verem sem saídas no mundo rural, procurava meios de subsistência e estavam sujeitos à exploração dos donos das fábricas. Eram sujeitos a péssimas condições de trabalho, salários baixos, longos horários de trabalho de 12 e 16 horas sem feriados, férias ou descanso. 

No mundo do liberalismo económico o trabalho e o salário eram precários, dependendo apenas da força de trabalho e da oferta. Além dos homens, também as crianças e as mulheres entraram no mundo industrial devido ao facto de lhes serem pagos salários menores em trabalhos que não requeriam grande força física. 

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