A partir do século XVIII (1730-1740), na Europa e a nível mundial, verificou-se um crescimento demográfico, até então, nunca registado e que não mais voltaria a conhecer retrocesso: tratava-se da transição para um regime demográfico moderno. Esta alteração explica-se, em primeiro lugar, pela redução da Taxa de Mortalidade, em especial da mortalidade infantil. A criança torna-se a preocupação central da família: nasce com o auxílio de um obstetra- médico com formação adequada – o qual substitui a parteira suja e ignorante; passa a ser criada pela mãe ( e já não por amas, no campo, a troco de dinheiro) e deixa de ser enfaixada. Os cuidados com a criança, são, simultaneamente, uma causa e um reflexo da redução da Taxa de Mortalidade Infantil. Relativamente à redução geral da Taxa de Mortalidade na Europa Ocidental, foram avançadas várias propostas de explicação:
- os avanços na produtividade agrícola (que explicariam o recuo da fome, contribuindo para uma maior resistência à doença); - os progressos na higiene (pelo uso de sabão, nomeadamente);
-as conquistas da medicina (graças, por exemplo, à vacina contra a varíola, descoberta por Jenner, à prática da quarentena para os enfermos de doenças contagiosas e ao desenvolvimento da obstetrícia);
-o desenvolvimento dos meios de transporte; - a ocorrência de menos guerras; -o clima mais favorável;
-o recuo da Peste (desde 1720).
Enfim, todo um conjunto de fatores concorreram para o surgimento de um novo modelo demográfico. O recuo da mortalidade, juntamente com a manutenção de uma Taxa de Natalidade elevada, provocara o rejuvenescimento da população e o aumento da esperança média de vida. No século XVIII, Thomas Malthus refletia, na sua obra Ensaio Sobre o Princípio da População, as preocupações com este crescimento populacional.
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