quinta-feira, 30 de agosto de 2012

FISIOCRATISMO

Fisiocratismo
Tendo como pano de fundo o Iluminismo francês, o fisiocratismo é, antes de tudo, uma reação ao mercantilismo vigente, assumindo-se historicamente como a primeira teoria científica da economia. A sua escola, dita fisiocrata (physis, natureza, kratos, governo), nasce em França a partir da obra Tableau Économique de François de Quesnay, médico da corte ao serviço de Madame de Pompadour e mais tarde de Luís XV. Conhecedor da teoria da circulação do sangue de William Harvey (1616), Quesnay concebia a vida económica como um organismo, um circuito semelhante ao sanguíneo. Acreditava plenamente no poder criativo e curativo da natureza, cujas leis representavam a "ordem natural" da vida individual e coletiva, princípio básico do fisiocratismo e da constituição natural dos governos. Os seus seguidores, entre os quais Mirabeau, Malesherbes, Mercier de la Rivière e Turgot, intitulavam-se economistas, já que o termo fisiocracia apenas se usa a partir do século XIX, quando se publica uma coletânea de textos do seu fundador. O fisiocratismo, na sua conceção naturalista do mundo, defendia a aplicação de leis naturais de carácter universal para dirigir a atividade humana, particularmente as suas relações económicas e sociais. O governo deveria estar em perfeita consonância com a ordem natural, favorável à liberdade de circulação de pessoas, produtos e bens - laissez faire, laissez passer, le monde va de lui-même ("deixem fazer, deixem passar, o mundo vai por si mesmo") -, o que colide com o intervencionismo, protecionismo e regulação estatais da atividade económica e social próprios do mercantilismo. As riquezas deveriam circular livremente no organismo social como o sangue no corpo, de acordo com a lei natural, tendente à harmonia de relações em todos os níveis. Por outro lado, no sentido da liberdade de circulação atrás referida, o fisiocratismo preconizava, em oposição clara ao mercantilismo, a atribuição de grande importância à agricultura como atividade produtiva, capaz de criar o "produto líquido", inexistente no comércio ou indústria, "estéreis" segundo os fisiocratas, apenas capazes de transformar ou fazer circular as riquezas já existentes derivadas da sua única fonte possível, a natureza. Só a atividade agrícola, "coração da economia", e também a mineração, poderiam substanciar as suas potencialidades e dela retirar o produto líquido, motor do progresso autêntico. O produto líquido seria o excedente de produção em relação aos gastos e ao consumo, que circula na sociedade como o "sangue nas veias", investido depois na agricultura. A acumulação de metais preciosos, o comércio e a manufatura não se configuravam como fontes de riqueza, contrários que eram à ordem natural das coisas, criadores de injustiças sociais e de desacertos económicos. O fisiocratismo defendia, por outro lado, a livre iniciativa individual, a liberdade do trabalho e de circulação - em vez das regras ou restrições mercantilistas, que considerava "vexações arbitrárias da autoridade" -, propondo também o imposto único e direto, a incidir somente na propriedade (no produto líquido agrícola). A defesa de uma reforma fiscal no sentido de se estabelecer uma ordem social mais harmónica e igualitariamente benéfica é outra das bandeiras do fisiocratismo, exigência essa enquadrada na situação em que vivia a França antes da Revolução: basicamente rural, embora sem grande rentabilidade agrícola; supérflua e faustosa, na corte desregrada de Paris; com impostos pesados e injustos, dos quais estavam isentos os privilegiados, nobreza e clero.O fisiocratismo, apesar de certas contradições e utopias, está na origem da economia política de tipo liberal, antecipando mesmo a Revolução Francesa: defesa de uma sociedade mais dinâmica, interdependente e recíproca; urgência de revisão da fiscalidade vigente, para acabar com os privilégios; liberalismo económico, traduzível no laissez faire... favorável à livre iniciativa e à liberdade de circulação. No fundo, desenhava uma orientação oposta ao absolutismo e à sociedade de raiz ainda feudal. Turgot (1727-1781), um dos maiores seguidores de Quesnay e ministro das Finanças de Luís XVI, ainda pôs em prática algumas medidas fisiocráticas, esbarrando, todavia, com o poder das classes privilegiadas e a oposição da rainha Maria Antonieta, que o fez cair em desagrado do rei.A Portugal chegaram também os ventos do fisiocratismo, ainda que com pouca expressão em termos reais e demasiadamente mitigados pela realidade nacional. Os autores mais próximos daquela corrente de pensamento económico foram Rodrigues de Brito, Domingos Vandelli, para além do abade Correia da Serra. Foram mais veiculadores da teoria do que seus defensores, despertando o fisiocratismo no nosso país mais interesse do que propriamente influência, numa altura em que se advogava um maior incremento da produção agrícola em Portugal, face ao fracasso do mercantilismo vigente.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

DOCUMENTÁRIO: EXPOSIÇÃO UNIVERSAL DE PARIS EM 1900


Paris em 1900 - Exposição Universal [Filme Raro] Música por Gwenaël Exposição Universal de 1900 foi uma feira mundial realizada em Paris, França, para celebrar as conquistas do século passado e para acelerar o desenvolvimento para a próxima. O estilo que foi universalmente presente na Exposição era Art Nouveau. Exposition Universelle viewMore de 50 milhões de pessoas assistiram à exposição (um recorde mundial na época), mas ainda não conseguiu dar lucro, custando ao governo francês 2.000.000 francos. A feira inclui mais de 76.000 expositores e cobertos 1,12 quilômetros quadrados de Paris. foi a Exposição Universal, onde filmes que falam e escadas rolantes foram pela primeira vez publicadas, e onde Sopa Campbell foi premiado com uma medalha de ouro (uma imagem de que ainda aparece no rótulo). No Rudolf Diesel Exposição exibiu seu motor diesel, funcionando com óleo de amendoim. Filmes breves trechos de ópera e balé são, aparentemente, os primeiros filmes exibidos publicamente com projeção de imagem e som gravado. A exposição também contou com muitas pinturas panorâmicas e extensões da técnica panorama, como o Cinéorama, Mareorama e Trans-Siberian Railway Panorama. Alexandre III bridgeThe exposição durou de 14 de Abril até 10 de Novembro de 1900. Uma comissão especial, liderada por Gustave Eiffel, premiado com uma medalha de ouro para o projeto Lavr Proskuryakov para a Ponte Yenisei, em Krasnoyarsk. Uma série de a maioria de Paris estruturas notáveis ​​foram construídos para a Exposição, incluindo a Gare de Lyon, a Gare d'Orsay ( agora, o Musée d'Orsay), a Ponte Alexandre III, o Grand Palais, La Ruche, e no Petit Palais. A primeira linha do metrô de Paris também começou a operação para coincidir com a exposição. Embora concluído em apenas 18 meses, foi, no entanto, um pouco atrasado, tendo seus primeiros passageiros pagantes ao Palais du Trocadéro Ancien local em 19 de Julho de 1900. parte da exposição foi os Jogos Olímpicos Segundo, que foram distribuídos por cinco meses. Então despercebido eram estes jogos que muitos atletas morreram sem saber que eles tinham sido atletas olímpicos. Os jogos também marcou a primeira participação de atletas do sexo feminino e, em esportes como tênis, futebol (soccer), pólo aquático, remo e cabo de guerra, as equipes eram multinacionais. um zoológico humano estava presente na exposição. Pavilhão finlandês na Exposição foi projetado pelo escritório de arquitetura de Gesellius, Lindgren, e Saarinen. Foi publicado em Dekorative Kunst 3 (1900)
Thomas Edison e da Exposição Universal de Paris 1900

CINE HISTÓRIA:FILME GERMINAL

Sinopse:
O filme retrata o processo de gestação e maturação de movimentos grevistas e de uma atitude mais ofensiva por parte dos trabalhadores das minas de carvão do século 19 na França em relação à exploração de seus patrões.
 Direção: Claude Berri
 Ano: 1993
 País: Bélgica, Itália, França
 Género: Drama
 Duração 170 min. / cor
Título Original: Germinal

CINE HISTÓRIA: O DIA DO REGICÍDIO: CARBONÁRIA E MAÇONARIA

Inédito pela primeira vez em televisão, esta série inclui no desenrolar da sua história, a representação de uma iniciação, ainda que não seja fiel, na mítica e lendária Carbonária.
 INICIAÇÃO CARBONÁRIA - O DIA DO REGICÍDIO Maçonaria - Grande Reportagem - 1 de 3

Galileu, de Liliana Cavani (1968)


Il video è tratto dal film "Galileo Galilei" del 1968 di Liliana Cavani. La clip mostra quale deve essere il vero comportamento di ogni Cattolico difronte alla bestemmia, all'eresia, agli eresiarchi e ai nemici di Santa Romana Chiesa.
 Morte all'Eresia


segunda-feira, 27 de agosto de 2012

DECLARAÇÃO DE GUERRA DA ALEMANHA A PORTUGAL

Em Fevereiro de 1916, um decreto do governo português autorizava a requisição dos navios mercantes alemães fundeados no Tejo. Foi a "gota de água" que levou Guilherme II, a instruir Von Rosen a apresentar a nota de Declaração de Guerra ao Governo Português, em 9 de Março de 1916, formalizando um conflito que já há algum tempo Portugueses e Alemães vinham travando no sul de Angola e norte de Moçambique. Iniciava-se assim, a participação formal de Portugal na 1ª Guerra Mundial que muito em breve arrastaria o Corpo Expedicionário Português para as trincheiras da Flandres.
«Senhor Ministro. Estou encarregado pelo meu alto Governo de fazer a V. Ex.a a declaração seguinte: O Governo português apoiou, desde o começo da guerra. os inimigos do império Alemão por actos contrários á neu­tralidade. Em quatro casos foi permitida a passagem de tropas inglesas por Moçambique. Foi proibido abastecer de carvão os navios alemães. Aos navios de guerra ingleses foi permitida uma larga permanência em portos portugueses, contrária à neutralidade, bem como ainda foi consentido que a Inglaterra utilizasse a Madeira como base naval. Canhões e material de guerra de diferentes espécies foram vendidos ás Potências da Entente, e, além disso, á Inglaterra um destruidor de torpedeiros. O arquivo do vice-consulado imperial em Moçâmedes foi apreendido. Além disso, foram enviadas expedições á África, e foi dito então abertamente que estas eram dirigidas contra a Alemanha. O governador alemão do distrito. Dr. Schultz-Jena, bem corno dois oficiais e algumas praças, em 19 de Outubro de 1914, na fronteira do Sudoeste Africano alemão e Angola. foram atraídos, por meio de convite, a Naulila, e ali decla­rados presos sem motivo justificado, e, como procurassem subtrair-se à prisão, foram, em parte, mortos a tiro enquanto os sobreviventes foram à força feitos prisioneiros. Seguiram-se medidas de retorção da tropa colonial. A tropa colonial, isolada da Alemanha, precedeu na su­posição, originada pelo acto português, de que Portugal se achava em estado de guerra com o Império Alemão. O Governo português fez representações por motivo das últimas ocorrências, sem, todavia, se referir ás primeiras. Nem sequer respondeu ao pedido que apresentámos de ser intermediário numa livre troca de telegramas em cifra com os nossos funcionários coloniais, para esclarecimento do estado da questão. A imprensa e o Parlamento, durante todo o decurso da guerra, entregaram-se a grosseiras ofensas ao povo alemão, com a complacência, mais ou menos notória, do Governo português. O chefe de Partido dos Evolucionistas pronunciou na sessão do Congresso, de 23 de Novembro de 1914, na presença dos ministros portugueses, assim como na de diplomatas estrangeiros, graves insultos contra o imperador da Alemanha, sem que por parte do presidente da Câmara, ou dalgum dos ministros presentes, se seguisse um protesto. Às suas representações, o enviado imperial recebeu apenas a resposta que no boletim oficial das sessões não se en­contrava a passagem em questão. Contra estas ocorrências protestámos em cada um dos casos em especial, assim como por várias vezes apresenta­mos as mais sérias representações e tornámos o Governo português responsável por todas as consequências. Não se deu, porém, nenhum remédio. Contudo, o Governo Imperial, considerando com longanimidade a difícil situação de Portugal, evitou então tirar mais sérias consequências da atitude do Governo português. Por último, a 23 de Fevereiro de 1916, fundada num decreto do mesmo dia, sem que antes tivesse havido negociações, seguiu-se a apreensão dos navios alemães. sendo estes ocupados militarmente e as tripulações mandadas sair de bordo. Contra esta flagrante violação de direito protestou o Governo Imperial e pediu que fosse levantada a apreensão dos navios. O Governo português não atendeu este pedido e procurou fundamentar o seu acto violento em considerações jurídicas. Delas tira a conclusão que os nossos navios imobilizados por motivo da guerra nos portos portugueses, em consequência desta imobilização, não estão sujeitos ao artigo 2.0 do tratado de comércio e navegação luso-alemão, mas sim à ilimitada soberania de Portugal, e, portanto, ao ilimitado direito de apropriação do Governo português, da mesma forma que qualquer outra propriedade existente no pais. Além disso, opina o Governo português ter procedido adentro dos limites desse artigo, visto a requisição dos navios corresponder a uma urgente necessidade económica, e também no decreto de apropriação estar prevista uma indemnização cujo total deveria mais tarda ser fixado. Estas considerações aparecem como vazios subterfúgios. O artigo 2.0 do tratado do comércio e navegação refere-se a qualquer requisição de propriedade alemã em território português. Pode ainda assim haver dúvidas sobre se a circunstância de os navios alemães se encontrarem pretendidamente imobilizados em portos portugueses modificou a sua situação de direito. O Governo português violou, porém, o citado artigo em dois sentidos, primeiramente não se mantém na requisição dentro dos limites traçados no tratado, pois que o artigo 2.0 pressupõe a satisfação duma necessi­dade do Estado, enquanto que a apreensão, como é notório, estendeu-se a um número de navios alemães em desproporção com o que era necessário a Portugal para suprir a falta de tonelagem. Mas, além disso, o mencionado artigo torna a apreensão dos navios dependente dum prévio acordo com os interessados sobre a indemnização a conceder-lhes. enquanto que o Governo português nem sequer fez a tentativa de se entender, quer directamente, quer por intermédio do Governo alemão, com as companhias de navegação. Desta forma apresenta-se todo o procedimento do Governo português como uma grave violação do Direito e do Tratado. Por este procedimento o Governo português deu a conhecer que se considera como vassalo da Inglaterra, que subordina todas as outras considerações aos interesses e desejos ingleses. Finalmente a apreensão dos navios realizou-se sob formas em que deve ver-se uma intencional provocação à Alemanha. A bandeira alemã foi arriada dos navios alemães e em seu lugar foi posta a bandeira portuguesa com a flâmula de guerra. O navio almirante salvou por esta ocasião. O Governo Imperial vê-se forçado a tirar as necessárias consequências do procedimento do Governo português. Considera-se de agora em diante como achando-se em estado de guerra com o Governo português. Ao levar o que precede, segundo me foi determinado, ao conhecimento de V. Ex.a tenho a honra de exprimir a V. Ex.a a minha distinta consideração.»

 Tradução do texto alemão entregue por Friedrich Von Rosen a Augusto Soares, Ministro Português dos Negócios Estrangeiros

SEGUNDA METADE DO SÉCULO XIX: ESTILOS ARTÍSTICOS

REALISMO 
Esta corrente afirma uma reação clara aos pressupostos românticos, em vez do culto do eu, propõe a análise da sociedade, contrariando a nostalgia do passado, analisa criticamente a contemporaneidade : por oposição às paisagens dramáticas, representa cenas banais, e as suas personagens não são heróis, mas pessoas simples. 
O desejo de objectividade na arte reflete a aceitação da corrente filosófica positivista. 
O gosto pelo concreto levou a que, na pintura, os artistas Colbert, Milet e Manet representassem cenas do quotidiano: porém, a tentativa de representar exclusivamente o real chocou a sociedade burguesa de então.
 Realismo: a tela Os Britadores de Pedra, de Gustave Courbet (1851), considerada o manifesto do Realismo.
 IMPRESSIONISMO 
Foi da tela de Monet Impressão: Sol Nascente que nasceu o termo impressionistas, utilizado por um crítico, desdenhosamente, para designar o grupo de pintores (de que se salientam Monet, Renoir, Degas) que desafiaramas convenções artísticas da época. 
O Impressionismo procurava captar, em tela, a fugacidade do real. 
Aproximava-se da pintura realista no tratamento de temas vulgares e urbanos, mas aceitava a subjectividade do olhar, transmitida pelos efeitos de luz e pelas cores inesperadas. 
Graças à expansão das vias férreas e à novidade dos tubos de estanho com as cores já preparadas, os pintores impressionistas puderam trocar os ateliers pelo ar livre.
Impressionismo- a pintura Impressão: Sol Nascente, de Claude Monet (1872), cujo título acabaria por dar origem à corrente pictórica.
SIMBOLISMO 
Em reação ao Realismo e Positivismo, a corrente simbolista acentua a impossibilidade de existência de uma só realidade e propõe como alternativa a representação simbólica das ideias, razão por que os seus autores foram denominados simbolistas. 
Gustave Moreau e Puvis de Chavanes souberam criar nas suas telas um ambiente de mistério e de sonho, enquanto Paul Gauguin procurou afastar-se da civilização industrial europeia para procurar, na arte e na vida, um ideal de primitivismo.
 Em Inglaterra, a pintura de Rossetti ou de Burne-Jones (chamada de Pré-Rafaelita por recusar os cânones do Renascimento) pode ser integrada na corrente simbolista pela aproximação ao sobrenatural e pela valorização de ambientes de evasão. 
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ARTE NOVA
Assumindo-se, sobretudo, como um estilo decorativo, a Arte Nova resulta da vontade de imprimir colorido e graciosidade a uma Europa descaracterizada pela industrialização. 
Os artistas da Arte Nova elaboravam jóias refinadas (Lalique), adornavam a entrada para o metropolitano de Paris, ilustravam painéis publicitários com gravuras de mulheres idealizadas entre flores e folhagens (Mucha). 
O requinte e a elegância permitem identificar, rapidamente, todas as facetas da Arte Nova 
Enquanto corrente arquitetónica, a forma ondulada, a aplicação do ferro e a valorização da estrutura como decoração marcaram as obras de Arte Nova, salientando-se as do arquiteto Gaudí, em Barcelona.

domingo, 26 de agosto de 2012

ARTE: ROMANTISMO

A Liberdade Guiando o Povo
 (1830), Museu do Louvre - Paris.
Eugène Delacroix
No final do século XVIII e durante o século XIX, percorreu a Europa uma corrente estética com origem na Alemanha: o Romantismo.
Características:
 - culto do Eu: num tempo marcado por revoluções constantes, quer a nível político (revoluções liberais), quer a nível económico (revolução industrial), torna-se compreensível que uma das características mais importantes do Romantismo seja a recusa do racionalismo e da harmonia: o individuo centra-se nas suas sensações subjectivas, deixa que os sentimentos o dominem e procura paisagens dramáticas em consonância com o seu estado de espírito instável. O herói romântico experimenta, assim, uma insatisfação inexplicável- o “mal do século”;
- exaltação da liberdade – o Romantismo exprimiu, na arte, o desejo de liberdade social e política enquanto, na prática, se envolvia nas lutas políticas e sociais da época. Várias figuras do Romantismo, nacionais e estrangeiras, combateram, na arte e na vida, pela liberdade dos povos. O Romantismo tornou-se, assim, sustentáculo do Liberalismo, o que levava Vitor Hugo a afirmar: “ O romantismo […] é afinal de contas […] o Liberalismo na literatura.
- os românticos identificavam a Idade Média com a sua própria sensibilidade, encarando-a como um período apaixonante e de profundo dramatismo.
 - a preocupação romântica em defender as minorias étnicas da sujeição aos estados autoritários (defesa dos princípios das nacionalidades) e o apoio dos românticos aos movimentos de unificação nacional.
 - o Romantismo recuperou, da Idade Média, as tradições, a arte gótica.
- reação ao classicismo
 -busca do pitoresco e do exótico
 -culto das literaturas nacionais
-afirmação da ópera .
Literatura: Goethe,Walter Scott, Victor Hugo etc.
 Pintura: William Turner, Delacroix etc.
Música: Beethoven, Paganini, Chopin, Schubert, Puccini, Verdi, Wagner etc.

TAYLORISMO E FORDISMO

Frederick Taylor. ca. 1900
O engenheiro Frederick Taylor expôs o método de transformar a produção num processo racional, isto é, pensado de maneira a tornar-se o mais rentável possível. A racionalização, descrita na sua obra Princípios de Direção Científica da Empresa, foi chamada taylorismo e assentava nos seguintes procedimentos:
1- Dividir a produção de um objecto numa série de “movimentos essenciais que cada um dos operários tem de executar”
2- Pré-definir o tempo mínimo necessário para a realização de cada um desses gestos simples.
3- Produção de objectos todos iguais – ESTANDARDIZAÇÃO.
Henry Ford aplicou o taylorismo à produção de automóveis, introduzindo a linha de montagem nas suas fábricas para “levar o trabalho ao operário, em vez de levar o operário ao trabalho”.
A racionalização aplicada às fábricas tomou o nome de Fordismo.

BRASIL: DESCOBERTA: INDEPENDÊNCIA: QUILOMBO

D. Pedro proclama a independência do Brasil às margens do rio Ipiranga, em São Paulo, e depois é coroado primeiro imperador do país.
 Independencia ou Morte 1972 - Independencia do Brasil
Género: Aventura; Diretor: Humberto Mauro; Ano de Lançamento: 1936; País de Origem: Brasil; Idioma do Áudio: Português. A partida das 13 naus de Pedro Álvares Cabral de Lisboa e sua difícil trajetória pelo mar desconhecido. A chegada a uma nova terra marca o encontro amigável com o povo indígena. A paisagem do Novo Mundo fascina: os animais, as pessoas, as plantas. A realização da primeira missa harmoniza as relações entre os seres.

Filme: Quilombo - 1984 Filmado em 1984 Quilombo retrata como era a vida no Quilombo de Palmares numa época cercada de dificuldades devido ao enfrentamento da opressão portuguesa. Sempre que a luta dos quilombos era pela dignidade da liberdade e igualdade contra o sistema europeu que impunha a escravidão para milhares de africanos seqüestrados para trabalharem nas plantações de cana-de-açúcar. Historicamente se sabe que o Quilombo dos Palmares existiu entre 1630 a 1895 na serra da barriga, no atual Estado de Alagoas, e possuiu milhares de africanos e negros nascidos do Brasil que haviam sido escravizados em diversas fazendas. Os palmarinos souberam tirar proveito da luta dos portugueses e holandeses, entre 1621 e 1654, pelo controle de terras brasileiras e aumentaram em muito sua organização criando uma sociedade à parte. Após a expulsão e hegemonia dos portugueses das terras do extremo norte colonial partiu-se para a destruição do maior perigo a empresa açucareira, os quilombos. Palmares por ter mais de 20 mil palmarinos e diversos povoados se tornou o principal alvo das forças militares dos bandeirantes portugueses e sua sede de sangue e desejo de matança.
O filme tem a preocupação de mostrar os três últimos "governos" de Palmares: Acotirene, Ganga Zumba e Zumbi. O elenco atua de forma magnífica, pois consegue passar muita seriedade ao expor esse lado da história do Brasil. Passados mais de vinte anos este é uma obra essencial para a filmoteca dos militantes e entidades. Divirtam-se, debatam, reflitam, atualizem-se, debatam de novo e vamos pra luta pela mudança.
A trajetória de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes (Humberto Martins), líder da Inconfidência Mineira, um movimento surgido em Vila Rica (Ouro Preto) em 1789. Tiradentes sonhou junto com amigos e intelectuais ver o Brasil independente do domínio português, mas esbarrou na traição de Joaquim Silvério dos Reis (Rodolfo Bottino)

HEGEMONIA BRITÂNICA

Em meados do século XIX, a Inglaterra detinha a hegemonia sobre os restantes países. Tendo sido pioneira da primeira revolução industrial, mantinha a preponderância que adquirira no século XVIII, a qual era evidente em vários factores:
- era a primeira potência na produção têxtil (algodão) e metalúrgica (ferro);
 - utilizava a energia a vapor em larga escala;
 - possuía a maior extensão de caminhos de ferro;
- controlava o comércio internacional graças à vasta frota mercante e ao sistema financeiro avançado;
-registava o maior crescimento demográfico e urbano;
- exibia, perante todo o mundo que estava “à frente do pelotão”, nomeadamente através da realização da Exposição Universal de 1851.
A Inglaterra apenas perdeu a posição de comando no final do século XIX, quando foi ultrapassada pelos Estados Unidos da América por não ter acompanhado a modernização tecnológica.

MOVIMENTO OPERÁRIO

As primeiras reações dos operários contra a sua condição miserável foram espontâneas , pouco organizadas e dirigidas, sobretudo, contra as máquinas que lhes roubavam o trabalho (nomeadamente o movimento de Ned Ludd, na Inglaterra- luddismo- era mecanoclasta, isto é, destruía as máquinas de produção Com o passar do tempo, o movimento operário (ações de luta dos operários por melhores condições de vida e por uma maior intervenção política) organizou-se, de duas formas, para se tornar mais eficaz
1-ASSOCIATIVISMO – na falta das redes de solidariedade tradicionais (família, paróquia) as associações de socorros mútuos apoiavam os operários em caso de vicissitude (doenças, acidentes), mediante o pagamento de uma quota
2-SINDICALISMO- no inicio atuando clandestinamente, os Sindicatos utilizavam como principais meios de pressão sobre o patronato as manifestações e as greves.
TRADE UNIONS: SINDICATOS
No início do século XIX surgiram, em Inglaterra, as primeiras associações de operários, algumas das quais deram origem a sindicatos. Em 1825, os primeiros sindicatos ingleses uniram-se, formando as Trade Unions (Uniões de Sindicatos).
Progressos na legislação laboral e difusão das ideias socialistas e sindicatos legalizados

SOCIALISMO CIENTÍFICO

SOCIALISMO UTÓPICO: ROBERT OWEN (inglês), SAINT-SIMON, PROUDHON, FOURIER (franceses).
SOCIALISMO CIENTÍFICO: KARL MARX E FRIEDRICH ENGELS (alemães).
 Livro: O CAPITAL "Toda a História do Homem está marcada pela luta entre explorados (proletariado) e exploradores (burguesia)".
Karl Marx e Friedrich Engels expuseram, no livro “Manifesto do Partido Comunista “(1848), uma proposta de explicação do processo histórico, que tomou o nome de marxismo ou materialismo histórico.
TEORIA MARXISTA
1-Fim da exploração dos trabalhadores através da REVOLUÇÃO.
2- Tomada do poder pelos trabalhadores e instauração duma DITADURA DO PROLETARIADO (operários+camponeses)
3-COLECTIVIZAÇÃO dos meios de produção e NACIONALIZAÇÃO.
4-SOCIALISMO: Igualdade e Justiça social
5-COMUNISMO: Sociedade sem classes (etapa final).
Os operários devem unir-se internacionalmente para fazer a revolução comunista, por isso, o Manifesto institui o lema “ Proletários de todos os países, uni-vos”.
ANARQUISMO: PROUDHON E BAKUNINE (russo)..
SOCIALISMO REFORMISTA: Defende a ideia de chegar ao poder através do voto. KAUTSKY, EDWARD BERNSTEIN (alemães) e JEAN JAURÉS (francês).

URBANISMO OITOCENTISTA

O crescimento muito rápido de algumas cidades (por exemplo, Londres, Paris, Nova Iorque) originou novos problemas que se tornaram um desafio para as chefias municipais e para arquitetos, urbanistas e filantropos. O novo urbanismo tinha, essencialmente, duas preocupações:
1- criar espaços para a burguesia, “entregando” a cidade àqueles que a tinham criado;- as antigas muralhas são destruídas, rasgam-se avenidas, criam-se infraestruturas (abastecimento de água e iluminação, rede de esgotos), projetam-se espaços para o lazer (óperas, teatros e jardins) criam-se redes de transportes públicos (elétricos e metropolitanos). Neste processo, a cidade expande-se em extensão (ou em altura, com os primeiros arranha-céus, EUA), relegando as “classes perigosas” para a periferia.
2- proporcionar condições de vida mais dignas para os proletários, em geral provincianos desenraizados cujos filhos (a prole) trabalhavam arduamente para aumentar o rendimento doméstico. Vários urbanistas, preocupados com os problemas sociais que atribuíam à deficiente habitação operária, procuraram soluções ideais para integrar harmoniosamente o operário no espaço industrial. Ficaram conhecidos por urbanistas utópicos.

sábado, 25 de agosto de 2012

CLASSES: ALTA, MÉDIA E BAIXA

Classe alta: Alta burguesia
No século XIX, a alta burguesia conquistou, finalmente, um poder equiparável ao seu estatuto económico: além de controlar os pontos-chave da economia (bancos, transportes, indústrias) exercia cargos na política (de deputado, de ministro).
A alta burguesia habitava em ricas e luxuosas moradias, rodeadas de jardins.
Os seus divertimentos eram dar um passeio pelo jardim – passeio público, ir ao teatro, à ópera e ao café. Porém, ao nível dos comportamentos, a nobreza continuava a ser o modelo: para afirmar o seu poder, os burgueses de negócios tentavam aproximar-se da aristocracia (compravam castelos e mansões, casavam os herdeiros com membros da velha nobreza, organizavam bailes e caçadas).
No entanto, pouco a pouco a burguesia foi definindo e impondo os seus próprios valores – tais como o apreço pelo trabalho, o sentido de poupança, a perseverança e a solidariedade familiar.
Passou, então, a demonstrar orgulho pelo estilo de vida burguês.

  • Alta burguesia empresarial e financeira domina a sociedade oitocentista e contemporânea. Poder económico, político e influência social atribuem-lhe grande importância na tomada de decisões políticas. Muito influente nos países mais modernizados e industrializados, encontra dificuldades  em se impor nos países mais tradicionalistas e da periferia europeia. Valores tradicionais, família, trabalho, respeitabilidade, êxito individual, persistência. Empresários, comerciantes. Grande desenvolvimento dos sectores secundário e terciário e das profissões urbanas.
Classe Média: Classes médias (média e baixa burguesia)
As classes médias constituem o grupo mais heterogéneo e socialmente flutuante da sociedade industrial. Englobam o conjunto das profissões que não dependem do trabalho físico, isto é, o chamado setor dos serviços.
Por vezes chamados de colarinhos brancos, devido ao sua forma de vestir (camisas brancas sempre em serviço).
-Pequenos empresários da indústria
-Empregados comerciais
-Profissionais liberais
As classes médias eram acérrimas defensoras dos valores da burguesia, no intuito de permanecerem dentro dessa classe social.
Tornaram-se, assim, as classes mais conservadoras.

Classes médias conservadoras, o desenvolvimento das classes médias urbanas está ligado ao grande desenvolvimento do sector terciário. Apostando na permeabilidade social, possível nesta sociedade liberal, as classes médias são geralmente de origem humilde quando não é rural e aspiram à promoção social. As classes médias são heterogéneas: além de empregados de loja, armazéns, funcionários dos serviços e do Estado, são advogados, farmaceuticos, médicos, oficiais militares, engenheiros, intelectuais e artistas. A sua autoridade e estatuto derivava da sua preparação académica e preparação técnica. A sua importância política derivava do seu número e importância em termos eleitorais. Geralmente mais esclarecidos que a maioria da população o seu voto era importante dado o seu pendor conservador, sendo uma classe decisiva na contagem de votos para determinar vencedores nos países onde o sufrágio universal se implantou. Vocação conservadora das classes médias: sentido da ordem, estatuto, hierarquias, rejeição do estilo reivindicativo do operariado. Valores da familia, religião, respeitabilidade. 

Classe Baixa: Proletariado
A aplicação do liberalismo económico nos países industrializados, ao estabelecer a não intervenção do Estado, deixou os operários à mercê das regras do mercado.
O proletário é aquele que não tem qualquer poder sobre a produção. Ele apenas tem os seus filhos (a sua prole) e um salário pelo seu trabalho.
Trabalhavam de 15 ou mais horas por dia.
A sua alimentação era pobre. Os mais necessitados chegavam a passar fome.
O seu vestuário era simples e adaptado à profissão.
Problemas do proletariado:
-Ausência de redes de solidariedade
-Elevado risco de acidentes de trabalho e de doenças profissionais
-Ausência de medidas de apoio social
-Proibição e repressão de todo o tipo de reivindicação social
-Contratação de mão de obra infantil e feminina por ser mais barata
-Espaços de trabalho pouco saudáveis
-Espaços de habitação sobrelotados e insalubres
-Pobreza extrema e todos os problemas a esta associados (prostituição, crimes, doenças, consumo elevado de bebidas alcoólicas, mendicidade)

Operariado
O operariado nasceu com a revolução industrial. Designado de proletariado, o operariado apenas dispõe da sua força de trabalho para sobreviver numa época em que todos os bens são permutados por meio de dinheiro e quando os trabalhadores apenas dispõem do trabalho para o obterem. 

O operariado surgido na Inglaterra quando acorria às cidades em busca de trabalho após se verem sem saídas no mundo rural, procurava meios de subsistência e estavam sujeitos à exploração dos donos das fábricas. Eram sujeitos a péssimas condições de trabalho, salários baixos, longos horários de trabalho de 12 e 16 horas sem feriados, férias ou descanso. 

No mundo do liberalismo económico o trabalho e o salário eram precários, dependendo apenas da força de trabalho e da oferta. Além dos homens, também as crianças e as mulheres entraram no mundo industrial devido ao facto de lhes serem pagos salários menores em trabalhos que não requeriam grande força física. 

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Telegrama de Serpa Pinto ao Rei D. Luis (1879)


Telegrama de Serpa Pinto ao Rei D. Luis (1879)
"Beijo a mão a El-Rei. Estou a seis dias do mar Índico, em vésperas de concluir a minha travessia de África, feita na costa oeste. Lutei com a fome e a sede, feras e gentios, água e secura e tudo pude vencer. Trabalhos salvos: vinte cartas geográficas, estudos meteorológicos, três volumes de desenhos, avultado diário. Perdi muita gente. Estudo completo do Alto Zambeze, setenta e duas cataratas. Guerras constantes. Escrevo pelo correio."
 Telegrama de Serpa Pinto ao rei D. Luís (adaptação)

Viagem de exploração de Angola a Moçambique (1877)


Viagem de exploração de Angola a Moçambique (1877)
 "A 25 de abril pela manhã, avistámos ao longe uma serrania que soubemos ser a Quiropória e que o grande Zambeze prolonga pelo sul. Com o coração palpitante, para diante rompemos. Queríamos ser os primeiros a ver e a saudar o colosso que atravessa uma das mais ricas províncias africanas. Cerca de 700 milhas ainda iam dali ao mar. Um fardo com seis peças de fazenda e meia lata de chá era tudo quanto possuíamos e, sem embargo, nada nos afligia. Ofegantes, não parávamos (…) o grande rio parecia fugir de nós e como sempre que muito se anseia por atingir um ponto (…) as horas pareciam séculos. Finalmente eram três horas (…) quando (…) descobrimos o colosso (…) Aos nossos pés, rasgada por fundos sulcos, caía quase a prumo a encosta da serra (…) Em baixo (…) serpeava o Zambeze, resplandecente à luz do sol, com o leito semeado de ilhas e as várzeas cobertas de verdura (…)"
 Hermenegildo Capelo e Roberto Ivens em De Angola à Contracosta (adaptação)

Ultimato de Inglaterra (1890)


Ultimato de Inglaterra (1890)
"(…) o governo de Sua Majestade deseja (…) que se enviem ao Governador de Moçambique instruções telegráficas imediatas para que todas e quaisquer forças militares portuguesas atualmente no Chire e nos países dos Macololos e Machones se retirem (…) Mr. Petre ver-se-á obrigado, à vista das suas instruções, a deixar imediatamente Lisboa com todos os membros da sua delegação se uma resposta satisfatória à precedente intimação não for por ele recebida esta tarde (…)"
 Ultimato Inglês (adaptação)

Partida da Corte para o Brasil (1807)


Partida da Corte para o Brasil (1807)
"Vejo que pelo interior do meu Reino, marcham tropas do Imperador da França e Rei de Itália (…) e que as mesmas se dirigem a esta capital (…) Conhecendo eu igualmente que elas se dirigem particularmente contra a Minha Real Pessoa e que os meus Reais Vassalos serão menos inquietados ausentando-me eu deste Reino, tenho resolvido (…) passar com a Rainha (…) e toda a Real Família para os Estados da América e estabelecer-me na cidade do Rio de Janeiro até à paz geral (…)" Carta de D. João VI (adaptação)
 "As bagagens da Corte, expostas ao tempo e quase abandonadas, ocupavam desde a rua da Junqueira até ao Cais e as carruagens não puderam entrar no Largo de Belém porque (…) o imenso povo que estava no largo, as bagagens e o regimento de Alcântara que faziam a guarda de honra impediam o trânsito (…) Por uma salva da esquadra soubemos que Sua Alteza tinha chegado a bordo. A maior parte das famílias, em consequência da confusão que reinava, dividiam-se embarcando no primeiro navio que encontravam; as bagagens ficavam em terra e muita da que embarcou foi em navios aonde não iam os seus donos (…)"
 Memórias do Marquês da Fronteira e de Alorna (adaptação)

Proclamação da República (1910)


Proclamação da República (1910)
 "O Governo Provisório da República Portuguesa saúda as forças de terra e mar, que com o Povo instituiu a República para felicidade da Pátria. Confio no patriotismo de todos. E porque a República para todos é feita, espero que os oficiais do Exército e da armada que não tomaram parte no movimento se apresentem no Quartel General, a garantir por sua honra a mais absoluta lealdade ao novo regime."
 Edital da Proclamação da República , 5 de outubro de 1910 (adaptação)
 "(…) Hoje, 5 de outubro de 1910, às onze horas da manhã foi proclamada a República em Portugal na Sala Nobre do Município de Lisboa, após ter terminado o movimento da revolução Nacional. Constituiu-se de imediato o Governo Provisório sob a Presidência do Dr. Teófilo Braga (…)"
 Diário do Governo (adaptação)

SOULT:Segunda Invasão Francesa (1809)


Segunda Invasão Francesa (1809)
 "A 19 de março de 1809, entrava em Chaves, primeira cidade desta fronteira. A nossa marcha de Chaves sobre Braga foi um combate contínuo (…) Uma nação inteira e todos os habitantes, homens, mulheres, crianças, velhos e padres estavam em armas, as aldeias abandonadas, os desfiladeiros guardados. Havia fanáticos que se atiravam para o meio das colunas francesas onde encontravam a morte (…) E a minha vanguarda era dia e noite perseguida a todos os momentos; nuvens de camponeses e milicianos armados renovavam os que atacavam. Toda esta gente parecia realmente tomada pela fúria desesperada (…)"
Memórias do General Soult (adaptação)

Reconhecimento da Independência do Brasil (1822)


Reconhecimento da Independência do Brasil (1822)
 "Sua Majestade Fidelíssima reconhece o Brasil na categoria de Império Independente e separado dos reinos de Portugal e Algarves, e a seu sobre todos muito amado e prezado filho D. Pedro por Imperador, cedendo e transferindo de sua livre vontade a soberania do dito Império ao mesmo seu filho, e a seus legítimos sucessores. Sua Majestade Fidelíssima toma somente, e reserva para sua pessoa, o mesmo título (…)"
Simão José da Luz Soriano em História da Guerra Civil (adaptação)

Grito do Ipiranga (1822)


Grito do Ipiranga (1822)
"Ordenou D. Pedro à escolta que fizesse alto nas margens do Rio Ipiranga (…) E, para toda aquela gente, que tem nele os olhos em pasmo, exclamou D. Pedro: — Camaradas! As Cortes de Lisboa querem mesmo escravizar o Brasil. Estamos definitivamente separados de Portugal! E, estendendo a espada, repete com toda a força dos seus robustos pulmões: — Independência ou morte!"
Rocha Pombo em História do Brasil (adaptação)

Declaração de Independência dos Estados Unidos da América (1776)

DECLARAÇÃO DE INDEPENDÊNCIA
 Declaração da Independência dos E.U.A. (1776).
Determinação do Segundo Congresso Continental, 4 de julho de 1776
Declaração unânime dos treze Estados Unidos da América
Quando, no decurso da História do Homem, se torna necessário a um povo quebrar os elos políticos que o ligavam a um outro e assumir, de entre os poderes terrenos, um estatuto de diferenciação e igualdade ao qual as Leis da Natureza e do Deus da Natureza lhe conferem direito, o respeito que é devido perante as opiniões da Humanidade exige que esse povo declare as razões que o impelem à separação.
 Consideramos estas verdades por si mesmo evidentes, que todos os homens são criados iguais, sendo-lhes conferidos pelo seu Criador certos Direitos inalienáveis, entre os quais se contam a Vida, a Liberdade e a busca da Felicidade.
Que para garantir estes Direitos, são instituídos Governos entre os Homens, derivando os seus justos poderes do consentimento dos governados.
Que sempre que qualquer Forma de Governo se torne destruidora de tais propósitos, o Povo tem Direito a alterá-la ou aboli-la, bem como a instituir um novo Governo, assentando os seus fundamentos nesses princípios e organizando os seus poderes do modo que lhe pareça mais adequado à promoção da sua Segurança e Felicidade.
É verdade que a sensatez aconselha que não se substituam Governos há muito estabelecidos por razões levianas e momentâneas; e de facto a experiência mostra-nos que, enquanto lhe for possível suportar as contrariedades, a Humanidade está mais disposta a sofrer do que a reparar os erros abolindo as formas a que se habituaram.
Mas quando um extenso rol de abusos e usurpações, invariavelmente com um mesmo Objectivo, evidencia a intenção de o enfraquecer sob um Despotismo absoluto, é seu direito, é seu dever, destituir tal Governo e nomear novos Guardas para a sua segurança futura.
 Tal tem sido o paciente sofrimento destas Colónias; e tal é agora a necessidade que as obriga a alterar os seus anteriores Sistemas de Governo.
A história do atual Rei da Grã-Bretanha é uma história de sucessivas injúrias e usurpações, todas com o Objectivo último de estabelecer um regime absoluto de Tirania sobre estes Estados.
Para provar tudo isto, que se apresentem os factos perante o Mundo honesto.
 Ele recusou a Aprovação de Leis, as mais favoráveis e necessárias ao bem comum.
Proibiu os seus Governadores de aprovar Leis de importância imediata e premente, suspendendo a sua aplicação até que estas obtivessem a sua aprovação; e ao suspendê-las deste modo, negligenciou claramente a atenção que lhes era devida.
 Recusou aprovar outras Leis para a fixação de grandes áreas populacionais, exceto no caso dessas pessoas prescindirem do direito de Representação nos Corpos Legislativos, um direito inestimável para elas e terrível apenas para os Tiranos.
 Convocou os Corpos Legislativos para lugares invulgares, desconfortáveis e distantes do arquivo dos Registos públicos, com o intento único de, vencidos pelo cansaço, os induzir a aceitar as suas disposições.
Dissolveu repetidamente as Câmaras dos Representantes por estas se oporem com grande determinação às suas investidas sobre os direitos do povo. Após tais dissoluções, recusou durante muito tempo a eleição de novas Câmaras; por essa razão, os Poderes Legislativos, insuscetíveis de extinção, regressaram ao Povo para que este os exercesse; entretanto, o Estado permanecia vulnerável a todos os perigos de invasão exterior, bem como de convulsões internas.
Fez o possível para impedir o povoamento destes Estados; com essa finalidade, embargou as Leis de Naturalização de Estrangeiros; recusou aprovar outras leis que estimulassem a migração para o nosso território e agravou as condições para novas Apropriações de Terras.
Obstruiu a Aplicação da Justiça, recusando a Aprovação de Leis que estabelecessem Poderes Judiciais.
 Fez depender os Juízes apenas e só da sua Vontade para o exercício dos seus cargos públicos, assim como para o valor e pagamento dos seus salários. Instituiu uma multiplicidade de Novos Cargos Públicos, tendo enviado um batalhão de Funcionários para atormentar o nosso povo e sorver a sua substância.
 Manteve no nosso seio, em tempo de paz, Exércitos Permanentes, sem o Consentimento dos nossos Corpos Legislativos.
Tornou a Força Militar independente e superior ao Poder Civil.
Aliou-se a terceiros para nos submeter a uma jurisdição que não se enquadra na nossa Constituição e que não é reconhecida pelas nossas Leis, tendo dado a sua Aprovação às supostas Leis daí resultantes, as quais:
Autorizam o aquartelamento grandes corporações de forças armadas entre nós;
As eximem, por meio de simulacros de julgamentos, do castigo por quaisquer Assassínios que venham a cometer sobre os Habitantes destes Estados;
Asfixiam as nossas Relações Comerciais com todas as partes do mundo;
 Impõem-nos Impostos sem o nosso Consentimento;
 Privam-nos, em muitos casos, das vantagens de um Julgamento com Jurados;
Permitem que nos levem para além-mar, onde somos julgados por supostos delitos;
Abolem o livre Sistema das Leis Inglesas numa Província vizinha, estabelecendo ali um Governo Arbitrário, e alargando as suas fronteiras, por forma a utilizá-la prontamente como um exemplo e um ótimo instrumento para a introdução das mesmas regras despóticas nestas Colónias;
Anulam as nossas concessões de privilégios, abolindo as nossas Leis mais valiosas e alterando profundamente a Forma dos nossos Governos;
Suspendem os nossos próprios Corpos Legislativos, permitindo que outros se declararem investidos com o poder de legislar em nosso nome, em toda e qualquer circunstância.
 Ele abdicou do Governo neste território, tendo-nos declarado fora da sua Proteção e fazendo Guerra contra nós. Saqueou os nossos mares, pilhou as nossas Costas, queimou as nossas cidades e destruiu as vidas do nosso povo.
Encontra-se neste momento a transportar grandes Exércitos de Mercenários estrangeiros para completar a obra de morte, desolação e tirania já anteriormente iniciada, com requintes de Crueldade e Perfídia sem paralelo mesmo nas Eras mais bárbaras, sendo absolutamente indigno de exercer o cargo de Chefe de uma nação civilizada.
Obrigou os nossos Concidadãos que foram levados como Prisioneiros para alto mar a pegar em Armas contra o seu País, a tornarem-se os carrascos dos seus amigos e irmãos, ou a sucumbirem eles próprios nas suas mãos.
Instigou insurreições internas entre nós, tendo procurado provocar os habitantes das nossas fronteiras, os impiedosos Selvagens Índios, cujo conhecido permanente estado de guerra, representa a destruição indiscriminada das pessoas de quaisquer idades, sexo e condições.
Enquanto suportávamos tais Opressões, nos mais humildes termos lançámos Apelos para que reconsiderasse. Aos nossos sucessivos Apelos respondeu apenas com injúrias acrescidas.
Um Soberano cujo carácter fica assim marcado pelo modo de ação que define um Tirano, não serve como governante de um povo livre.
Não deixámos de dar a devida atenção aos nossos irmãos britânicos.
De tempos a tempos, avisámo-los das tentativas por parte dos seus corpos legislativos para estender uma jurisdição injustificável sobre nós.
Lembrámo-lhes as circunstâncias da nossa emigração e colonização deste território.
Apelámos à sua justiça e magnanimidade inerentes, rogando-lhes que, face à origem comum que nos une, negassem estas usurpações, pois estas haveriam inevitavelmente de conduzir à extinção das nossas relações e ligação.
Não deram igualmente ouvidos à voz da justiça e da consanguinidade.
Temos pois que reconhecer a necessidade da nossa separação, pelo que os consideraremos, tal como o resto da Humidade, Inimigos na Guerra, Amigos na Paz.
 Assim sendo, nós, Representantes dos ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA, reunidos em Congresso Geral, suplicando ao Juiz Supremo do mundo pela retidão das nossas intenções, em nome e com a autoridade que o nobre Povo destas Colónias nos conferiu, anunciamos e declaramos solenemente que estas Colónias Unidas são e devem ser por direito ESTADOS LIVRES E INDEPENDENTES; que ficam exoneradas de toda a Fidelidade perante a Coroa Britânica e que qualquer vínculo político entre elas e o Estado da Grã-Bretanha é e deve ser totalmente dissolvido; e que, na qualidade de ESTADOS LIVRES E INDEPENDENTES, assiste-lhes toda a competência para declarar Guerra, assinar a Paz, contrair Alianças, estabelecer Relações Comerciais e levar a cabo quaisquer decisões ou ações, tal como compete aos ESTADOS INDEPENDENTES. E para sustentação desta Declaração, confiando plenamente na proteção da Divina Providência, empenhamos mutuamente as nossas Vidas, os nossos Bens e a nossa Honra sagrada.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

JUNOT: 1ª INVASÃO FRANCESA


Manifesto de Junot aos portugueses (1807)
 "Habitantes do Reino de Portugal: Um exército francês vai entrar no vosso território (…) para vos tirar do domínio inglês e (…) livrar a vossa bela cidade de Lisboa (…) Habitantes pacíficos dos campos, nada receeis. O meu exército é tão bem disciplinado como valoroso (…)"
 O primeiro manifesto de Junot aos Portugueses (adaptação)

CAMINHO DE FERRO EM PORTUGAL


Inauguração do caminho de ferro (1856)

 "Grande acontecimento, o caminho de ferro! A vantagem da sua construção em Portugal fora discutidíssima (…) era curioso ouvir nos serões lá de casa as diversas opiniões (…) a Nação ia gastar montes de libras e um país que possuía o Tejo e o Douro não precisava de mais nada. Os rios eram muito mais seguros e muito mais baratos (…) Em todo o caso, a maioria era pelo caminho de ferro (…) Chegou, enfim, o solene dia da inauguração (…) Murmurava-se insistentemente que a ponte de Sacavém não podia resistir ao peso. Finalmente avistámos ao longe um fuminho branco (…) Quando o comboio se aproximou vimos que trazia menos carruagens do que supúnhamos. Vinha festivamente engalanado o vagão em que viajava El-Rei D. Pedro V. O comboio parou um momento na estação de onde se ergueram girândolas de foguetes: vimos El-Rei debruçar-se um instante e fazer-nos uma cortesia (…) Só no dia seguinte ouvimos contar certas peripécias dessa jornada da inauguração. A máquina, das mais primitivas, não tinha força para puxar todas as carruagens que lhe atrelaram e fora-as largando ao longo da linha (…) Passaram muita fome os que ficaram pelo caminho (…) semeados pela linha, só chegaram alta noite a Lisboa depois de variadíssimas aventuras (…) Até andou gente com archotes pela linha, à procura dos náufragos do progresso."

Testemunho da Marquesa do Cadaval (adaptação)

CONVENÇÃO DE ÉVORA-MONTE


Convenção de Évora-Monte (1834)
 "Sua Majestade Imperial o Senhor D. Pedro, Duque de Bragança, regente em nome da Rainha, a senhora Dona Maria II, movido o desejo de que, quanto antes, termine a efusão de sangue português e se pacifique completamente o Reino, outorga às forças reunidas em Évora e em todos os demais pontos da Monarquia, assim como a todos os indivíduos que se submeterem à obediência da Rainha (…) o seguinte:
Art.º 1 - Concede-se amnistia geral por todos os delitos políticos cometidos desde o dia 31 de julho de 1826.
Art.º 2 - Quaisquer amnistiados nacionais ou estrangeiros poderão livremente sair de Portugal e dispor dos seus bens (…)
Art.º 5 - Assegura-se ao Senhor D. Miguel a pensão anual de 60 contos de réis, atendendo à elevada categoria em que nasceu.
Art.º 6 - Poderá embarcar em um navio de guerra de qualquer das Potências (…) afiançando-se-lhe toda a segurança para a sua pessoa e comitiva.
 Art.º 7 - O Senhor D. Miguel se obrigará a sair de Portugal no prazo de 15 dias com a declaração que nunca mais voltará a parte alguma da Península da Espanha ou dos Domínios Portugueses, nem por modo algum concorrerá para perturbar a tranquilidade destes reinos; em caso contrário perderá o direito à pensão estabelecida e ficará sujeito às demais consequências do seu procedimento.
 Art.º 8 - As tropas que se acharem ao serviço do Senhor D. Miguel entregarão as armas no depósito que lhes for indicado. (…) E por ser assim concertado, os marechais comandantes dos exércitos da rainha e o comandante das forças reunidas em Évora o assinaram."
Convenção de Évora-Monte (adaptação)

ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA EM PORTUGAL



Abolição da escravatura (1869)
 "Fica abolido o estado de escravidão em todos os territórios da monarquia portuguesa desde o dia da publicação do presenteDecreto. Todos os indivíduos dos dois sexos, sem exceção alguma, que no mencionado dia se acharem na condição de escravospassarão à de libertos e gozarão de todos os direitos e ficarão sujeitos a todos os deveres concedidos e impostos aos libertos peloDecreto de 19 de dezembro de 1854."
 D. Luís, Diário do Governo em 27 de fevereiro de 1869 (adaptação)

DESPOTISMO ILUMINADO OU ESCLARECIDO

O despotismo iluminado (ou esclarecido) foi a forma de poder real praticada no século XVIII em várias regiões da Europa, nomeadamente:
- na Prússia, com Frederico II
-na Áustria, com José II;
-na Rússia, com Catarina II;
-na Suécia, com Gustavo III;
-em Portugal, com D. José I.
Sob o despotismo iluminado ou esclarecido, o rei tinha poder absoluto (era um déspota), mas justificava a sua autoridade através do pensamento iluminista (A RAZÃO).
O rei, iluminado pela razão e apoiado pelos filósofos iluministas, propunha-se reorganizar o reino para o bem público e o progresso. Daí o lema ser “Tudo pelo povo, mas sem o povo”, com a instrução do povo.
Este regime permitiu, por um lado, o reforço do poder que os monarcas pretendiam e, por outro lado, a aplicação prática dos princípios iluministas desejada pelos filósofos.

FILÓSOFOS ILUMINISTAS

Destacam-se os seguintes pensadores iluministas pela sua perspectiva revolucionária de encarar o homem e a sociedade
1. Jean-Jacques Rousseau defende a soberania (poder político) do povo. É o povo que, de livre vontade, transfere o seu poder para os governantes mediante um pacto (ou contrato social). Consegue, desta forma, respeitar a vontade da maioria sem perder a sua liberdade. Em troca, os governantes têm de actuar com justiça, sob pena de serem depostos. (obra de referência: O Contrato Social).
2. Montesquieu defende a doutrina da separação dos poderes (legislativo, executivo e judicial) como garantia de liberdade dos cidadãos. (obra de referência: O Espírito das Leis).
3. Voltaire entre outras contribuições importantes para o Iluminismo, defende a tolerância religiosa e a liberdade de consciência: a religião que criou, o deísmo, rejeita as religiões instituídas, centrando-se na adoração de um Deus bom, justo e poderoso, criador do Universo. (obra de referência: Tratado sobre a Tolerância).
Estas ideias foram aplicadas na prática, nas revoluções liberais, sob a forma das constituições.

MÉTODO EXPERIMENTAL E A REVOLUÇÃO CIENTÍFICA- SÉCULO XVII

 
MÉTODO EXPERIMENTAL
Foi Francis Bacon, na sua obra Novum Organum (1620), quem expôs as etapas do método indutivo ou experimental, valorizando a realização de experiências apoiadas num “método seguro e fixo”. Este método compreendia várias etapas:

1. Observação;
2. Formulação de hipóteses;
3. Repetição das experiências;
4. Determinação de leis gerais.
Este “método da experiência” de Francis Bacon foi reforçado pelo ”método da dúvida” defendido por René Descartes na obra O Discurso do Método, a qual estabelecia o primado do pensamento racionalista. A aplicação do método experimental de Bacon e da dúvida metódica de Descartes à ciência marca uma rutura fundamental a que chamamos “revolução científica”: é a tentativa de apartar a superstição da verdade comprovável, de substituir a credulidade pela investigação.

MERCANTILISMO: FRANÇA-INGLATERRA-PORTUGAL

MERCANTILISMO: FRANÇA
O mercantilismo francês foi implementado por Colbert (ministro do rei Luís XIV no século XVII).
A sua política económica, muito dirigista, concedeu o principal relevo ao desenvolvimento das manufacturas como meio de substituir as importações de produtos estrangeiros (da Holanda, da Alemanha, da Itália, etc.) por produtos franceses. O Colbertismo salientou-se, ainda, pelo desenvolvimento da frota mercante e da marinha de guerra e pela criação de companhias monopolistas (associações económicas que tinham o direito exclusivo de comerciar numa dada zona).
MERCANTILISMO: INGLATERRA
Oliver Cromwell (chefe do governo republicano inglês entre 1649 e 1658) encarnou uma faceta do mercantilismo mais flexível, porém, igualmente empenhada na supremacia da economia nacional. As suas medidas económicas centraram-se na valorização da marinha e do setor comercial, através da publicação dos Atos de Navegação.
O sistema financeiro favoreceu o sucesso inglês através das seguintes instituições:
- Bolsa de Londres
-Banco de Inglaterra.
MERCANTILISMO: PORTUGAL
As ideias mercantilistas já haviam chegado a Portugal através da obra de Duarte Ribeiro de Macedo (embaixador em Paris) Discursos sobre a Introdução das Artes no Reyno (1675).
No entanto, foi o Conde da Ericeira (vedor da Fazenda de D. Pedro II, a partir de 1675) quem, actuando como um “Colbert português”, impôs, na prática, a adopção do mercantilismo .
De acordo com o modelo francês, deu um forte impulso às manufacturas para atingir uma balança comercial positiva. As principais medidas do conde da Ericeira foram:
-Estabelecimento de fábricas com privilégios
-Contratação de artífices estrangeiros
-Proteção da produção nacional ( Leis Pragmáticas)
-Desvalorização monetária
-Criação de companhias monopolistas

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

MODELO ABSOLUTISTA VERSUS MODELO PARLAMENTAR


Modelo absolutista:
 -o rei detém o poder absoluto, concentrando em si os poderes legislativo, executivo e judicial;
-o rei raramente convoca as Cortes;
 -o rei detém um poder sagrado, paternal, absoluto e submetido apenas à Razão;
-o rei usa a vida de corte como palco de uma encenação do poder de forma a controlar as ordens privilegiadas;
 -os cargos de chefia são entregues à nobreza e ao clero, mesmo se a burguesia detém poder económico. Modelo parlamentar:
 -o poder encontra-se repartido entre o rei e o Parlamento;
 -o Parlamento ocupa o lugar central na estrutura governativa;
 -a burguesia ocupa cargos importantes na administração do Estado;
-os critérios sociais baseados no nascimento esbatem-se ou anulam-se.

PARLAMENTARISMO INGLÊS


O filósofo John Locke foi responsável pela justificação teórica do parlamentarismo, ao defender que todos os homens se encontram naturalmente num “estado de perfeita liberdade” e num “estado de igualdade” ao qual renunciam, apenas, em favor da coletividade, quando se fazem representar pelos seus governantes: “ só então, nasce uma sociedade política ou civil”.
O “poder supremo do Estado” era, segundo Locke,o poder legislativo, exercido pelo Parlamento. No entanto, Locke frisava que, se o poder legislativo fosse exercido de maneira absoluta ou prejudicando o bem comum, então os governantes retomariam o direito à sua liberdade original, podendo depor os seus governantes.
A teoria de Locke enquadra-se, por um lado, na justificação dos acontecimentos políticos de Seiscentos (em especial a Revolução Gloriosa de 1688) e, por outro lado, no contexto social de ascensão da burguesia, a qual apoiava o regime parlamentar, defensor da propriedade privada, da ordem e da segurança.

ABSOLUTISMO JOANINO

O fenómeno a que se chamou a “encenação do poder” estava, também, presente na monarquia absoluta portuguesa, em particular no reinado de D. João V.
 Tal como o Rei-Sol (Luís XIV de França), D. João V realçava a figura régia através da magnificência (luxo) permitida pelo ouro e diamantes do Brasil, da autoridade e da etiqueta, de que se salientam os seguintes aspectos -subordinação das ordens sociais (manifestada, por exemplo, na recusa em reunir Cortes);
 -apoio às artes e às letras;
-envio de embaixadas ao estrangeiro;
-distribuição de moedas de ouro pela população;
 -política de grandes construções.

ENCENAÇÃO DO PODER ABSOLUTO

Na monarquia absoluta, o rei utilizava a vida em corte para mais facilmente controlar a Nobreza e o Clero. O grupo que rodeava o rei (sociedade de corte) estava constantemente sujeito à vigilância deste. Em França, o centro da vida de corte desenrolava-se no Palácio de Versalhes, onde habitavam orei e a alta nobreza. O Palácio era, simultaneamente, lugar de governação, de ostentação do poder e de controlo das ordens privilegiadas.
 Todos os atos quotidianos do rei eram ritualizados, “encenados” de modo a endeusar a sua pessoa e a submeter as ordens sociais. Cada gesto tinha um significado social ou político, pelo que, através da etiqueta, o rei controlava a sociedade. Um sorriso, um olhar reprovador assumiam um significado político, funcionando como recompensa ou punição de determinada pessoa. O cerimonial do acordar do rei Luís XIV, conhecido por “entradas”, através do qual o Rei-Sol submetia a corte a uma hierarquia rigorosa.

O coche real:Como símbolo do Poder Real, o tejadilho está encimado por uma coroa e apresenta figuras de dragões alados representando a Casa de Bragança

Quotidiano: Século XVIII-Um Elegante do Século XVIII

Descrição
«Tenho o prazer de lhes apresentar o elegante português de 1720. Nunca saiu de Lisboa, mais lisboeta só uma alface.
Está sentado ao toucador, pintando-se, polvilhando-se, fazendo caretas diante de um espelhinho e cantando os versos que ouvira na última comédia do teatro do Bairro Alto. (...)
Calça sapatos de salto com grandes fivelas de prata. Já tomou o seu bochecho de água de rosas; arrepiou os cabelos mais eriçados que se visse um lobo, para encaixar a cabeleira postiça (...) Ata a sua gravatinha; ajusta sobre a camisa a véstia de cetim e veste a sua casaquinha verde. Tira do cabide o seu chapéu de três cantos; pega no «quito» (espada muito pequenina que mais parece uma jóia) e no lenço muito branco e fino. (...)
Está pronto. E gritar pelo negrinho da casa que lhe abra a porta e abalar escada abaixo, em pé de dança.»

Júlio Dantas, 1917
(adaptado)
Quotidiano: Século XVIII-Uma Elegante Lisboeta do Século XVIII
Descrição
«Tenho a honra de lhes apresentar uma das mais célebres lisboetas do século XVIII, a menina Luísa de Sousa Vilanova, dezanove anos (...), cheia de polvinhos, mosqueada de sinais, fútil, caprichosa e beata.
Não a estão vendo, bem sei, porque são apenas oito horas da manhã e a esta hora a nossa elegante ainda se conserva recolhida (... ).
Esperemos que acorde e sacuda a campainha de prata da cabeceira.
Pronto: a campainha tocou. A nossa «frança» acordou.
Aí vem já a criada com as «roupinhas de levantar» e a dona velha com umas frutas de conserva dentro de um prato da Índia: é o petit déjeuner.
Muffiéri, cabeleireiro das meninas da moda, acaba de entrar. Levam bem cinco minutos a fazer mesuras um ao outro. Depois a menina senta-se num tamborete doirado e ele procede solenemente à edificação de um inacreditável penteado, riçando, empoando, acumulando jóias, laços, ondeando, encanudando, encaracolando, criando uma atmosfera asfixiante de pós e perfumes.
Terminado o penteado, procede-se então à toilette para a missa.
Depois a menina desce, sempre amparada à moça, em pequeninos ais de cansaço, como era moda no tempo.
Quando o coche pára à porta da igreja, uma nuvem de mendigos rodeia-a.»

Júlio Dantas, 1917
(adaptado)

Imagem: XVIII-Vestuário (1)
Tipo Descrição
Vida Quotidiana Elegantes do século XVIII. O vestuário era muito requintado. Os homens usavam camisas com rendas e folhos. Por cima vestiam coletes e casacas, bordados a ouro e prata. Os sapatos tinham fivelas de prata. A cabeleira postiça era indispensável.
As mulheres usavam espartilho e uma armação de barbas de baleia para manter as saias em balão. Usavam luvas e chapéus. Cobriam o cabelo com cabeleiras postiças e usavam pó de arroz. Envernizavam os dentes da frente para brilharem e colocavam no rosto sinais artificiais de cetim.
 
Quotidiano: Século XVIII-Os Penteados - 1
Descrição
"Os toucados eram tão complicados com tranças, rolos, carrapitos, postiços, popas por entre as quais brilhavam «vespas» de diamantes: os cabeleireiros eram tão procurados - sobretudo os franceses -, que só na véspera da procissão se conseguia obter-lhes os serviços; por isso, muitas casquilhas, para não estragarem o engenhoso edifício, passavam a noite sentadas numa cadeira, acompanhadas de duas criadas prontas a ampará-las, se adormeciam ou cabeceavam. Para disfarçar a palidez da fadiga, o vermelhão e alguns sinais."

Suzanne Chantal, Vida Quotidiana em Portugal - século XVIII
(adaptado)

Vestuário no século XVIII

No século XVIII, os homens usavam calções ou calças, camisa enfeitada com rendas, os sapatos podiam ter fivela em ouro ou em prata e usavam chapéu de três bicos.
As mulheres usavam meias bordadas a fios de prata ou de ouro, os sapatos podiam ser de veludo ou de cetim, o saiote era comprido armado em balão sobre anquinhas de arame (eram uma espécie de saia até ao joelho em arame), os vestidos tinham grandes decotes, usavam toucas e colocavam sinais pretos no rosto e como adorno usavam leques de renda.

CARACTERÍSTICAS DO ABSOLUTISMO


O Antigo Regime caracterizou-se, a nível político, pelo sistema de monarquia absoluta, que atingiu o expoente máximo nos séculos XVII e XVIII. Segundo Bossuet (clérigo e teórico do absolutismo), o poder do rei tinha quatro características:
 1. Era sagrado (monarquia de direito divino, segundo a qual o rei apenas tinha de prestar contas dos seus atos a Deus).
2. Era paternal (o rei devia satisfazer as necessidades do seu povo como se fosse um pai)
3. Era absoluto (livre de prestação de contas), mas deveria assegurar a ordem e garantir os privilégios da Igreja e da Nobreza. O rei concentrava em si os três poderes do Estado.
4. Era sujeito à Razão (à sabedoria do rei)
Os monarcas absolutos não reuniam os órgãos de representação da sociedade (na França, os Estados Gerais, em Portugal as Cortes) apesar de não abolirem essas instituições para não afrontarem diretamente as ordens sociais privilegiadas.

A SOCIEDADE NO ANTIGO REGIME


A expressão “a nobreza luta, o clero reza e o povo trabalha”, com que se resumia, já na Idade Média, o estatuto de cada grupo social, impôs-se na longa duração do Antigo Regime, com alguma diversidade social interna.
1. O Clero, ou primeiro estado:
-era considerado o mais digno (porque mais próximo de Deus e protetor de toda a ordem social);
-era composto por elementos de todos grupos sociais, dividindo-se em alto clero (composto, sobretudo, pelos filhos segundos da nobreza que se tornavam cardeais, arcebispos, bispos e abades, pois os filhos primogénitos tinham direito a herança) e baixo clero (párocos e frades oriundos da população rural);
-era o único grupo cujo estatuto não se adquiria pelo nascimento;
 -gozava de vastos privilégios: tinha foro próprio (direito de ser julgado em tribunal próprio), isenção de impostos, direito de asilo (direito de proteger de toda a perseguição quem quer que fosse acolhido na Igreja); recebia os dízimos (1/10 de toda a produção agrícola) e doações dos crentes que lhe permitia viver com desafogo económico e, até, no caso do alto clero, de maneira luxuosa; exercia cargos na administração, na corte e no ensino; era grande proprietário de terras.
2. A Nobreza, ou segundo estado:
-retirava o seu enorme prestígio da antiguidade da sua linhagem (famílias de origem muito antiga) e da proximidade em relação ao rei;
-dedicava-se à carreira das armas (era a velha nobreza, chamada nobreza de sangue ou de espada) ou a cargos públicos merecedores de um título de nobreza (nobreza de toga);
 -ocupava os cargos mais elevados da administração e do exército;
 -gozava de um regime jurídico próprio (por exemplo, o nobre não podia ser açoitado nem enforcado);
-não pagava impostos ao rei (excepto em caso de guerra);
 -detinha grandes propriedades; -fornecia os elementos que integravam o alto clero.
3. O Povo ou Terceiro Estado;
 -era a ordem mais heterogénea, abarcando a elite burguesa (homens de letras, mercadores, boticários, joalheiros), os ofícios manuais (lavradores, artesãos, trabalhadores assalariados) e por último, os mendigos e vagabundos;
 -dedicava-se, na sua maioria (80%), à agricultura, como camponeses;
-pagava impostos.
Na sociedade hierarquizada de Antigo Regime, todos os comportamentos estavam rigidamente estipulados para cada uma das ordens sociais. Assim, o estatuto jurídico, o vestuário, a alimentação, as profissões, as amizades, os gastos, os divertimentos, as formas de tratamento deviam refletir a pertença a cada uma das ordens; por exemplo, apenas a nobreza usava a espada e apenas o membro do clero usava a tonsura (corte de cabelo que deixa uma coroa rapada no alto da cabeça). Ao longo do Antigo Regime a mobilidade social era muito reduzida. Porém, lentamente, o Terceiro Estado conseguiu ascender socialmente. As vias de mobilidade ascendente da burguesia eram, de uma forma geral:
-o estudo
-o casamento com filhas da velha nobreza
-os lucros do grande comércio (dinheiro)
-a dedicação aos cargos do Estado.
 Esta última via deu origem à chamada nobreza de toga, através da concessão de títulos nobiliárquicos.

NOVO MODELO DEMOGRÁFICO- SÉCULO XVIII


A partir do século XVIII (1730-1740), na Europa e a nível mundial, verificou-se um crescimento demográfico, até então, nunca registado e que não mais voltaria a conhecer retrocesso: tratava-se da transição para um regime demográfico moderno. Esta alteração explica-se, em primeiro lugar, pela redução da Taxa de Mortalidade, em especial da mortalidade infantil. A criança torna-se a preocupação central da família: nasce com o auxílio de um obstetra- médico com formação adequada – o qual substitui a parteira suja e ignorante; passa a ser criada pela mãe ( e já não por amas, no campo, a troco de dinheiro) e deixa de ser enfaixada. Os cuidados com a criança, são, simultaneamente, uma causa e um reflexo da redução da Taxa de Mortalidade Infantil. Relativamente à redução geral da Taxa de Mortalidade na Europa Ocidental, foram avançadas várias propostas de explicação:
 - os avanços na produtividade agrícola (que explicariam o recuo da fome, contribuindo para uma maior resistência à doença); - os progressos na higiene (pelo uso de sabão, nomeadamente);
 -as conquistas da medicina (graças, por exemplo, à vacina contra a varíola, descoberta por Jenner, à prática da quarentena para os enfermos de doenças contagiosas e ao desenvolvimento da obstetrícia);
 -o desenvolvimento dos meios de transporte; - a ocorrência de menos guerras; -o clima mais favorável;
 -o recuo da Peste (desde 1720).
 Enfim, todo um conjunto de fatores concorreram para o surgimento de um novo modelo demográfico. O recuo da mortalidade, juntamente com a manutenção de uma Taxa de Natalidade elevada, provocara o rejuvenescimento da população e o aumento da esperança média de vida. No século XVIII, Thomas Malthus refletia, na sua obra Ensaio Sobre o Princípio da População, as preocupações com este crescimento populacional.

DICAS PARA TER SUCESSO NOS TESTES DE HISTÓRIA A


1- LER. Deve perder tempo a ler o teste integralmente, nunca tente responder a questões sem primeiro perceber oque é que se pretende.
2- TEMPO. Reparta o tempo disponível pelo número de questões do teste, reservando um pouco mais para aquelas que considerar mais difíceis.
3- FÁCIL. Comece por responder às questões que considerar mais fáceis.
4- ESQUEMA. Nunca deixe a folha de rascunho em branco. Faça um esquema da resposta com os tópicos da pergunta.
5- ORDENADO. Uma boa maneira para evitar “andar em círculos”, repetindo a mesma ideia vezes sem conta é estruturar bem a resposta em três partes: introdução, desenvolvimento e conclusão. Escreva tudo.
6- BEBER AS FONTES (DOCUMENTOS). O esquema de resposta deverá incluir sempre as conclusões da analise dos documentos, contextualizar, temporal, e espacialmente, bem como os conceitos fundamentais.
7- ESCREVER. É preciso ir com calma. Atenção aos erros ortográficos. Tais como os nomes de líderes políticos tratados, conceitos e lugares corretos.
8- RELER. A leitura final do teste, antes de o entregar, deve ser feita pausadamente e com objetivo de detetar lacunas de informação e de melhorar a expressão escrita.

domingo, 19 de agosto de 2012

DOCUMENTÁRIO:Construindo um Império - Napoleão

No passado, poderosos impérios foram forjados do nada, até adquirirem grande poder. Junte-se a Peter Weller, ator e professor da Universidade de Syracuse enquanto ele viaja pelo mundo para mostrar os feitos de engenharia que levaram a ascensão de algumas das maiores civilizações conhecidas pelo homem. De Roma ao Egito dos faraos, da Grécia a Cartago, dos Astecas aos Maias e mais, este programa do History Channel usa técnicas de computação gráfica para explorar a arquitetura, a política e a glória cultural dos maiores impérios do mundo. 
Episódio: NAPOLEÃO O desejo de glória que invadia Napoleão, um dos maiores estrategistas militares da história, gerou inovações no campo da arquitetura que maravilharam o mundo.
 Entre suas principais obras destacam-se o Arco do Triunfo e um sistema de fortalezas em forma de estrela, projetadas pelo engenheiro militar Sebatian Vauban. Napoleão não deixou apenas um legado militar. Construindo um Império - Napoleão - History Channel