Através da diversidade dos autores, das situações nacionais e das conjunturas, encontramos nos financeiros e nos economistas dos séculos XVI e XVII um certo número de temas comuns: a apologia do trabalho e das trocas, a extrema atenção prestada à balança comercial, a vontade de domínio estatal e nacional. O mercantilismo exalta o trabalho manufactureiro, a prática comercial e a aventura colonial. (...)
Para favorecer a produção nacional, todos os autores recomendam a mesma política aduaneira (...). Cada reino, cada república procura reduzir a sua dependência diversificando a produção, valorizando as suas exportações e reduzindo às matérias-primas indispensáveis as suas compras no estrangeiro. Os progressos da produção manufactureira, aumentando as exportações (...), contribuem para o equilíbrio comercial. A actividade da marinha completa este dispositivo estratégico da "guerra do dinheiro". As grandes companhias de navegação e de colonização deviam encaminhar, com o mínimo custo, os produtos exóticos que não podiam dispensar-se - madeiras de tinturaria, especiarias - e trazer para a metrópole os metais preciosos.
DEYON, Pierre, "Teoria e Prática do Mercantilismo", in LÉON, Pierre (dir.), História Económica e Social do Mundo, vol. II, tomo I, Lisboa, Sá da Costa Editora, 1985
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