sábado, 8 de junho de 2013

TESTEMUNHOS DAS TRINCHEIRAS

Capitão Edwin Gerard Venning, França
 “Ainda estou atolado nesta trincheira. Não me lavei, nem mesmo cheguei a tirar a roupa, e a média de sono, a cada 24 horas, tem sido de duas horas e meia. Não creio que já tenhamos começado a rastejar como animais, mas não acredito que me tivesse dado conta se já houvesse começado: é uma questão de somenos.”
 Rudolf Blinding, que serviu numa das divisões da Jungdeutschland
 “O campo de batalha é terrível. Há um cheiro azedo, pesado e penetrante de cadáveres. Homens que foram mortos no último outubro estão meio afundados no pântano (...) As pernas de um soldado inglês irrompem de uma trincheira, o corpo está empilhado com outros; um soldado apoia seu rifle sobre eles. Um pequeno veio de água corre através da trincheira, e todo mundo usa a água para beber e se lavar; é a única água disponível. Nínguém se importa com o inglês pálido que apodrece alguns passos adiante. No cemitério de Langemark os restos de uma matança foram empilhados e os mortos ficaram acima do nível do chão. As bombas alemãs, caindo sobre o cemitério, provocaram uma horrível ressurreição. Num determinado momento eu vi 22 cavalos mortos, ainda com os arreios. Gado e porcos jaziam em cima, meio apodrecidos. Avenidas rasgadas no solo, inúmeras crateras nas estradas e nos campos.”
(In: ROBERTS, J. M. História do século XX. São Paulo: Abril, 1974. pp. 796, 953, 960, 961.).

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