Devido a esse conjunto de ideias vulgarizadas, as diferentes nações da Europa, algumas sem muito êxito, esforçaram-se por encontrar as maneiras possíveis de acumular o ouro e a prata nos respectivos países (…). Foi com máximas deste teor que se ensinaram os povos a acreditar que o seu interesse consistia em arruinarem todos os vizinhos, acabando cada nação por lançar um olhar de inveja à prosperidade de todas as nações com que comerciava e por considerar como perda sua tudo aquilo que elas ganhavam. O comércio, que, por natureza, deveria ser para as nações, como para os indivíduos, um elo de concórdia e de amizade, tornou-se a mais fecunda fonte das querelas e das guerras (…).A razão que ditou todas essas regulamentações foi desenvolver o progresso das nossas manufacturas, não através do seu aperfeiçoamento, mas do enfraquecimento das dos nossos vizinhos.
Adam Smith (filósofo e economista escocês), “A Riqueza das Nações” (1776), in DEYON, P., O Mercantilismo, Lisboa, Gradiva, 1983
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