A família patriarcal foi a base do sistema (...). Na sociedade assim estabelecida, predominavam a empatia entre as raças e a amenidade na relação senhor-escravo, características que explicariam a miscigenação e seriam peculiares no quadro geral do escravismo americano. (...). Uma linha de raciocínio que o levará a considerar o Brasil uma “democracia racial”, pois a miscigenação largamente praticada corrigia a enorme distância social existente.
(Suely R. R. de Queiróz. Escravidão negra em debate. In: Marcos C. de Freitas (org.). Historiografia brasileira em perspectiva)
Como a lei consagrava a exploração de um grupo pelo outro, “as duas camadas raciais permaneciam, a despeito de toda sorte de contatos, intercomunicações e intimidades, dois mundos cultural e socialmente separados, antagônicos e irredutíveis um ao outro”. Esses pontos de vista são reforçados por Jacob Gorender em O escravismo colonial, obra de elaborada pesquisa e reflexão, na qual o autor afasta-se das interpretações que têm como categoria central explicativa a atividade exportadora e propõe o “historicamente novo” modo de produção escravista colonial, para explicar o início da formação social brasileira.
(Suely R. R. de Queiróz. Escravidão negra em debate. In: Marcos C. de Freitas (org.). Historiografia brasileira em perspectiva)
Jean Baptiste Debret - Negros ao tronco
(Miguel Paiva e Lilia M. Schwarcz. Da colônia ao império, um Brasil para inglês ver...)
Mais do que libertar o Brasil, escravos (...) entraram na guerra para conquistar sua alforria. (...) Os escravos foram recrutados para lutar a favor da Independência. Mas esses soldados buscavam mais do que livrar o Brasil do domínio de Portugal. Empunharam armas na esperança de usar seus serviços de guerra como moeda de troca para obterem a alforria. (...) Os senhores temiam que seus escravos aproveitassem a ocasião para lutar por liberdade ou por novos direitos. Em novembro, depois da batalha de Pirajá, Labatut mandou recrutar “pardos e pretos forros” para criar um batalhão de libertos.
(Hendrik Kraay. Independência é liberdade.)
Na sua luta contra a escravidão e seus males, o abolicionismo procura empenhadamente fazer valer seus ideais. Mas a prudência obriga os partidários da abolição a movimentarem-se inicialmente no estreito espaço legal que lhe é reservado. Tudo deve ser feito sempre dentro da lei – é a palavra de ordem –, mas todos os espaços legais devem ser ocupados! (...) A recalcitrância dos escravocratas, no entanto, exaspera os lutadores. Aproveitando o aguçamento das contradições internas que apressam a desagregação do sistema servil, buscam o espaço oculto, a luta subterrânea, que os leva a ultrapassarem os limites legais.
(Suely R. Reis Queiroz, A abolição da escravidão)
(Suely R. R. de Queiróz. Escravidão negra em debate. In: Marcos C. de Freitas (org.). Historiografia brasileira em perspectiva)
Como a lei consagrava a exploração de um grupo pelo outro, “as duas camadas raciais permaneciam, a despeito de toda sorte de contatos, intercomunicações e intimidades, dois mundos cultural e socialmente separados, antagônicos e irredutíveis um ao outro”. Esses pontos de vista são reforçados por Jacob Gorender em O escravismo colonial, obra de elaborada pesquisa e reflexão, na qual o autor afasta-se das interpretações que têm como categoria central explicativa a atividade exportadora e propõe o “historicamente novo” modo de produção escravista colonial, para explicar o início da formação social brasileira.
(Suely R. R. de Queiróz. Escravidão negra em debate. In: Marcos C. de Freitas (org.). Historiografia brasileira em perspectiva)
Jean Baptiste Debret - Negros ao tronco
(Miguel Paiva e Lilia M. Schwarcz. Da colônia ao império, um Brasil para inglês ver...)
Mais do que libertar o Brasil, escravos (...) entraram na guerra para conquistar sua alforria. (...) Os escravos foram recrutados para lutar a favor da Independência. Mas esses soldados buscavam mais do que livrar o Brasil do domínio de Portugal. Empunharam armas na esperança de usar seus serviços de guerra como moeda de troca para obterem a alforria. (...) Os senhores temiam que seus escravos aproveitassem a ocasião para lutar por liberdade ou por novos direitos. Em novembro, depois da batalha de Pirajá, Labatut mandou recrutar “pardos e pretos forros” para criar um batalhão de libertos.
(Hendrik Kraay. Independência é liberdade.)
Na sua luta contra a escravidão e seus males, o abolicionismo procura empenhadamente fazer valer seus ideais. Mas a prudência obriga os partidários da abolição a movimentarem-se inicialmente no estreito espaço legal que lhe é reservado. Tudo deve ser feito sempre dentro da lei – é a palavra de ordem –, mas todos os espaços legais devem ser ocupados! (...) A recalcitrância dos escravocratas, no entanto, exaspera os lutadores. Aproveitando o aguçamento das contradições internas que apressam a desagregação do sistema servil, buscam o espaço oculto, a luta subterrânea, que os leva a ultrapassarem os limites legais.
(Suely R. Reis Queiroz, A abolição da escravidão)
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