sábado, 20 de abril de 2013

PORTUGAL NA GRANDE GUERRA


A 1ª Guerra Mundial
 A guerra começou em 1914, mas só em 1916 Portugal entrou para a guerra, porque: O Partido Democrático (de Afonso Costa) queria forçar a entrada de Portugal na guerra para puderem defender as suas colónias e com a existência de duas convenções secretas entre a Alemanha e a Inglaterra, para uma possível divisão do império português depois da guerra, os receios do Governo aumentaram.
 A fome, a violência interna (devido ao novo regime republicano), a desordem social permanente e a falta de medidas concretas para a crise que existia em Portugal, levaram o partido democrático a tentar a via da guerra para causar o movimento de união/patriotismo em torno da República.
Em Fevereiro de 1916 Portugal apresou os barcos alemães que estavam nos seus portos , e a Alemanha declarou-lhe guerra ( 9 de Março ). Um submarino alemão bombardeia a cidade do Funchal na ilha da Madeira em Dezembro de 1916, o que causou grande emoção em Lisboa. 
 Portugal, era na altura uma sociedade rural (os portugueses que foram para a guerra estavam minimamente preparados.), e foi esta sociedade rural que foi combater em 1917 para a Flandres contra as grandes potências industriais (como a Alemanha). 
O voluntarismo do Governo para participar na guerra, levou à nomeação do general Norton de Matos, para preparar CEP (Corpo Expedicionário Português).
Uma expedição portuguesa ( o CEP )partiu para a frente ocidental em 1917, sob o comando do General Tamagnini de Abreu; em 9 de Abril de 1918, ficaram debaixo de forte ataque alemão na batalha de La Lyz

A Batalha de La LyS
Foi na madrugada de  9 de Abril de 1918 que o fogo dos bombardeamentos alemães (sob o comando do general Ludendorff) inundou a terra e cobriu os céus de pesadas nuvens negras, onde os homens se submergiam, mortos ou feridos, na lama espessa. Foi a célebre Batalha de La Lys, que deixou um  saldo aterrador no o sector português: dos 7500 homens destroçados, mais de mil caíram mortos.
A participação portuguesa na guerra de 14-18 (que se repartiria entre França, Angola e Moçambique) foi na altura, tema de batalhas verbais, entre os partidários de Afonso Costa, no Poder, e as alas da direita republicana, monárquica e clerical, avessas a uma intervenção no conflito.
O primeiro contingente do CEP partiria a 26 de Janeiro de 1917 em direção à Flandres francesa, mas os episódios dramáticos da presença portuguesa culminariam com a tragédia de 9 de Abril de 1918. Num só dia morreu metade do total dos portugueses caídos em França.
O golpe militar de 5 de Dezembro de 1917, em Lisboa, protagonizado por Sidónio Pais, parece ter sido a machadada final numa moral beligerante desde sempre frágil. O CEP ficaria entregue à má sorte, por um novo poder a braços com uma inflação nunca vista, falta de alimentos, pestes e a contestação cada vez mais forte de uma guerra distante.

 Em França, era-lhes dado um curso sobre a guerra das trincheiras, nas escolas do exército inglês. 
Foi entregue ao CEP (Corpo Expedicionário Português) que tinha 20.000 homens, uma área de 11 km, que tinha sido uma área antes atribuída ao 11º Corpo de Exército Britânico que tinha cerca de 84.000 homens. 
 Pela 1ª vez os Aliados optaram por uma postura defensiva. Os soldados portugueses que estavam na linha da frente (que mantinham contacto com as forças inimigas) eram apoiados pela artilharia pesada e a 10 km da frente da guerra estavam os hospitais, o quartel-general e a logística.
 A vida nas trincheiras era muito difícil porque eram uma zona com muita água e lama. O Inverno de 1917 e 1918 foi muito rigoroso (as temperaturas desceram a -20ºC) e chuvoso, tendo os soldados condições insuportáveis a nível de doenças, chegando muitas vezes a apanhar doenças infecciosas e mal-estares. A Alemanha podia transportar cerca de 30 e tal divisões do Oriente para a frente Ocidental, pois já tinha ganho metade da guerra (tinha vencido a Rússia na frente Leste), para com as suas novas tácticas de assalto criar ofensivas da Primavera, mas se as ofensivas falhassem a Alemanha sabia que o exército Americano estava a chegar, pois a Alemanha afundou 5 navios mercantis no Oceano Atlântico e o Governo Americano declarou guerra à Alemanha em 1917, porém só em Maio de 1918 é que os Americanos apareceram na frente da batalha. 
 A Alemanha estava pronta para riscar do mapa o exército português, sendo que o exército alemão na frente Ocidental, passou a dispor de 100.000 homens e 1700 peças (100 peças por km), enquanto que os Portugueses tinham cerca de 20.000 e 88 peças para uma frente de 11 km. Estava a chegar da frente Oriental uma grande quantidade de artilharia pesada, coisa que o CEP não tinha porque a artilharia britânica ainda não tinha chegado. No dia 9 de Abril de 1918, era suposto uma divisão inglesa ir substituir a divisão portuguesa, de tarde, mas nesse mesmo dia de madrugada os alemães bombardeiam com artilharia e morteiros pesados, principalmente a 2ª divisão portuguesa e a 40ª divisão inglesa. No dia 9 de Abril de 1918, os portugueses oferecem a resistência possível e na 5ª brigada portuguesa houve mais de 60% de baixas, cumprindo a ordem de morrer na linha B. 
Em La Couture, os alemães defrontam-se com 3 companhias portuguesas e com o 11ºbatalhão de ciclistas britânico, mas só às 12h00 de 10 de Abril de 1918, é que acaba o confronto, porque as munições se esgotaram. Em dois dias foram aprisionados mais de 6.500 portugueses e tinham que enfrentar condições muito difíceis do ponto de vista material e do ponto de vista moral. Para ajudar a passar o tempo de cativeiro, organizaram grupos de leitura e de teatro. 
 Os alemães não conseguiram cumprir o seu objectivo que era empurrar os ingleses para o mar, devido à resistência do CEP desde o dia 9 de Abril de 1918 até ao final desse mês. Os portugueses demonstraram a sua coragem, defendendo os seus camaradas até à última bala (morreram cerca de 7.000 homens). 
 Em cada 13 famílias portuguesas 1 teve um soldado mobilizado na guerra.
Concluindo, em Fevereiro de 1916, Portugal entrou na guerra, pelos Aliados. Três factores principais estiveram na origem da sua participação: 
- A opinião pública republicana era favorável à causa das democracias contra os regimes autoritários dos Impérios Centrais (apesar de algumas correntes germanófilas como a que viria a inspirar a ditadura de Sidónio Pais);
- Os imperativos da secular aliança luso-britânica, que, apesar do episódio do ultimato de 1890, continuava em vigor;
- A convicção de que só pela participação na luta Portugal poderia preservar as suas possessões em Africa, ameaçadas pela cobiça das grandes potências (em especial da Alemanha, cujas tropas já tinham atacado as fronteiras de Angola e Moçambique, vizinhas das colónias alemãs do Tanganhica e do Sudoeste Africano).
Assim, em Fevereiro de 1916, a pedido do governo inglês, Portugal aprisionou os navios alemães ancorados nos seus portos. Como resposta, em 9 de Março a Alemanha declara guerra a Portugal.
Com o apoio financeiro britânico, o Corpo Expedicionário Português, comandado pelos generais Gomes da Costa e Simas Machado, avançou para a Flandres, onde experimentou as duras condições das trincheiras e onde se bateu galhardamente na batalha de La Lys (9 de Abril de 1918). 
A intervenção de Portugal na guerra teve efeitos negativos e positivos:
- Numerosas baixas sofridas pelas tropas (15 mil em França e 21 mil nas campanhas de Africa, segundo o Prof. Egas Moniz, presidente da delegação portuguesa à Conferência de Paz;
- A inflação em Portugal tornou-se galopante;
- O agravamento das lutas políticas internas, que viriam a culminar no golpe militar de 28 de Maio de 1926;
- Portugal garantiu a posse sobre as suas colónias por mais 50 anos;
- Portugal teve lugar na Conferência de Paz; e 

- Teve direito a assento na Sociedade das Nações, organização onde se vão centrar a política e a diplomacia internacionais.

Sem comentários:

Enviar um comentário